RIO DE JANEIRO - A Justiça negou nesta segunda-feira (8) o pedido de liberdade provisória e de relaxamento de prisão ao homem acusado de vender pela internet cotas de fundo de investimento para o filme “Tropa de elite 2”.
Ele se apresentava a empresários como diretor de uma empresa com sede em Dubai e amigo do sultão de Brunei, no Oriente Médio. O suspeito foi preso no Rio, em janeiro deste ano.
“Por se tratar da prática de três crimes de estelionato tentado, um delito de falsificação de documento particular e três crimes de uso de documento particular falso, acarretando prejuízos de grande monta a, pelo menos, uma das vítimas, e também por se ele réu em outras ações penais, impossível se mostra o acolhimento do pleito de soltura”, afirmou o desembargador José Augusto de Araujo Neto.
Segundo o Tribunal de Justiça, a audiência de instrução e julgamento está marcada para o próximo dia 16 de março.
Como foi a tentativa de golpe
O acusado procurou uma empresa do mercado financeiro no Rio e mostrou interesse em comprar títulos da dívida pública brasileira, apresentando um extrato bancário de uma conta com 400 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 1 bilhão. Após conferência de toda a documentação necessária para a transação comercial, os funcionários de um banco em Brunei verificaram que a carta de apresentação e o extrato de saldo bancário apresentados pelo acusado eram falsos.
O empresário que recebeu a proposta entrou no site da suposta empresa e descobriu que o suspeito de aplicar o golpe também tentava conseguir dinheiro para a produção do filme “Tropa de Elite 2”. No site, o acusado fazia referências ao último negócio, “Tropa de Elite”, que teria dado um retorno superior a 230% aos investidores.
Preso em janeiro
O acusado foi preso em janeiro deste ano pelos crimes de falsificação de documento público e tentativa de estelionato.
“Ele se apresenta representando uma grande empresa. E a partir daí ele junta a documentação, junta o material, para ir fraudar outras empresas”, disse na época o delegado Fernando Velloso.
Em seu depoimento, o suspeito manteve a versão de que seria representante da empresa com sede em Dubai.
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