São Luís

Reforma no Ceprama está preocupando os artesãos

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h59

SÃO LUÍS - Artesãos que trabalham no Centro de Produção de Artesanato do Maranhão (Ceprama) e o secretário estadual de Turismo, Tadeu Palácio, se reuniram ontem para discutir reforma da feira de artesanato. Os trabalhadores temem serem desalojados por causa das obras, que custarão R$ 700 mil e devem durar aproximadamente 120 dias.

Na reunião, Tadeu Palácio garantiu que os artesãos não serão prejudicados por causa da reforma e afirmou que, durante os trabalhos, eles deverão ser deslocados temporariamente para outro local ou permanecer em um espaço dentro do próprio Ceprama. “Estamos à procura de um espaço com estrutura capaz de abrigar a feira temporariamente”, explica o secretário.

Localizado em um imóvel de três mil metros quadrados, que já abrigou a Companhia de Fiação e Tecelagem de Cânhamo, no bairro Madre Deus, o Ceprama, fundado em 1989, permaneceu praticamente sem reformas. O local abriga uma feira permanente de artesanato típico da região, que conta, atualmente, com 55 artesãos. Além da falta de manutenção, começaram a aparecer vários problemas no prédio, que se acentuaram nos últimos quatro anos. O estabelecimento apresenta buracos e rachaduras no teto, nos balcões de vendas e atendimento, nas instalações elétricas e hidráulicas e até mesmo imperfeições no piso.

Nunca vi - A artesã Lageana Lopes, 33 anos, trabalha na feira desde 1995. Ela comercializa pequenos barcos de madeira e lembranças de bumba-meu-boi. A banca pertenceu ao seu pai e é seu irmão quem confecciona os produtos artesanalmente. “Nunca vi uma grande reforma ser feita aqui. As bancas estão com defeitos. Apesar de temer sair daqui, sei que é necessário reformar o local”, diz. Segundo ela, o movimento no Ceprama tem decaído nos últimos anos. Em meses de baixa estação o faturamento é, em média, de R$ 600,00. Em alta estação, como o mês de junho, época das festas juninas, ela consegue faturar até R$ 8 mil.

A rendeira Maria de Oliveira, 60 anos, que também possui uma banca no local, compartilha da opinião de Lageana Lopes. “Meu único temor é que, saindo daqui, não nos permitam mais voltar”, diz.

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