Poupança

Investimentos em poupança superam R$ 300 bi no ano

Alexandro Martello/G1

Atualizada em 27/03/2022 às 13h05

BRASÍLIA - A caderneta de poupança continuou captando recursos no mês de outubro, quando os depósitos de recursos na mais tradicional modalidade de investimentos do país ultrapassaram as retiradas em R$ 1,04 bilhão, informou nesta sexta-feira (6) o Banco Central.

Segundo a instituição, este é o sexto mês consecutivo de ingresso líquido de recursos na caderneta de poupança. Entretanto, também foi o pior resultado desde abril deste ano, quando as retiradas superaram os depósitos e R$ 941 milhões deixaram a modalidade de investimentos. Até o penúltimo dia de outubro, o saldo do mês estava negativo.

Acumulado do ano e saldo

No acumulado de janeiro a outubro de 2009, os depósitos já superam os saques em R$ 16,76 bilhões na caderneta de poupança, segundo informações do Banco Central. Em igual período de 2008, o ingresso de recursos somou R$ 11,47 bilhões.

Em outubro deste ano, o volume total de recursos depositado na caderneta de poupança ultrapassou, pela primeira vez na história, a barreira dos R$ 300 bilhões, ao totalizar R$ 302,45 bilhões. No fim de setembro, o estoque de recursos da poupança estava em R$ 299,92 bilhões, contra R$ 270,44 bilhões no fim de 2008.

Juros em queda

A entrada de investimentos na caderneta de poupança acontece na esteira do processo de queda dos juros básicos da economia. No fim do ano passado, a taxa Selic, definida pelo BC, estava em 13,75% ao ano. Após cinco quedas, está em 8,75% ao ano - um corte de cinco pontos percentuais em 2009.

Na poupança, cuja correção é determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR). Com isso, sua atratividade frente aos fundos de renda fixa oferecidos pelas instituições financeiras ficou maior do que no ano passado. Mesmo assim, o ingresso de recursos diminuiu em outubro - na comparação com os cinco meses anteriores.

Mudanças na poupança

Preocupado com uma eventual fuga de investidores dos fundos de renda fixa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a anunciar mudanças na tributação da poupança para 2010. A ideia era taxar aplicações acima de R$ 50 mil com uma alíquota de 22,5%.

Segundo Mantega, isso deixaria de fora os pequenos poupadores, pois dados da equipe econômica indicam que 99% dos investidores da poupança não têm saldo acima de R$ 50 mil nesta modalidade de investimentos. Entretanto, por ser impopular, a proposta não tem sido levada adiante pelo governo federal.

Expectativa de subida dos juros

Desde o fim de setembro, cresceu a percepção, no mercado financeiro, de que os juros podem subir antes do previsto no próximo ano. Isso se deve à divulgação, por parte do Banco Central, do relatório de inflação do terceiro trimestre, documento no qual a autoridade monetária prevê aumento da inflação no fim de 2010 e início de 2011, impulsionado pelos gastos públicos.

Deste modo, argumentam parlamentares e membros do governo, não haveria necessidade imediata de taxar a poupança (cuja atratividade cresce na medida em que os juros caem). Dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) não revelam, até o fim de setembro, uma retirada de recursos dos fundos de investimento.

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