Direito

Aprovada PEC que inclui alimentação entre os direitos sociais

Agência Câmara

Atualizada em 27/03/2022 às 13h06

BRASÍLIA - O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (3), em primeiro turno, a PEC 47/03, do Senado, que inclui o direito à alimentação como um dos direitos sociais previstos no artigo 6º da Constituição. A matéria, aprovada por 374 votos a 2, deve ser votada ainda em segundo turno.

Atualmente, o texto constitucional prevê como direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados.

O relator pela comissão especial, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), afirmou que a inclusão atende a tratados internacionais aos quais o País aderiu, garantindo que as ações de combate à fome e à miséria se tornem políticas de Estado e não estejam sujeitas a mudanças administrativas.

Para o 1º vice-presidente Marco Maia (PT-RS), essa votação é o "resultado do esforço de todos os parlamentares que trabalharam para dar esse presente à população brasileira".

Combate à miséria

Coimbra argumentou que a inclusão do direito à alimentação vai garantir a manutenção ou criação de políticas de apoio aos segmentos vulneráveis e também das políticas de combate à miséria.

Entre essas políticas, ele destacou as de renda; de uso de técnicas de produção sustentáveis; de promoção de práticas de boa alimentação; de garantia de água e alimentação em tempos de crise; e do direito à qualidade nutricional dos gêneros alimentícios.

Já para o deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), a inclusão desse direito na Constituição não traz efeitos práticos para a população. Ele sugeriu a desoneração tributária total para os alimentos. "Vamos defender zero de impostos nos alimentos e nos medicamentos, fazendo uma realocação de carga tributária", afirmou.

A necessidade de políticas que incluam o controle da qualidade dos alimentos e de educação nutricional foi destacada pelo deputado Chico Alencar (Psol-RJ). "Além de aprovar uma mudança constitucional, devemos garantir que ela saia do papel", disse.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.