BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reforçou as críticas que o predidente Luiz Inácio Lula da Silva fez aos órgãos de fiscalização, que, para ele, têm “travado” o país ao determinarem a paralisação de obras. Segundo Lobão, uma hidrelétrica que ele prefiriu não citar o nome teve as obras paralisadas por dez vezes.

“Temos uma hidrelétrica que já foi paralizada dez vezes. Cada vez que há uma paralisação dessa é um prejuízo considerável, além do atraso na produção de energia, que é fundamental para o desenvolvimento do país”, disse Edison Lobão, em entrevista após a posse do novo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

O ministro reclamou da falta de critério adotada pelos órgãos fiscalizadores ao pedirem a paralisação de obras. “Já se paralisou essa obra inclusive porque há a presença de índios a 100 km de distância e os índios alegam que aquela área onde se constrói a hidrelétrica é uma área onde eles vendem chapéu de palha. Tenha paciência!”, lamentou Lobão.

“São coisas dessa natureza que puxam de fato, como o presidente da República reclama, o país para baixo. Nós temos que puxar o país é para cima”, completou o ministro.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse concordar com Lula. “Ele tem razão. No Brasil temos problemas há muito tempo nesse campo”, destacou.

"O presidente está fazendo inclusive uma auto-crítica. Isso também é um problema de governo. Quando ele fala de meio ambiente, ele está falando do próprio governo, que tem responsabilidade, por ter a iniciativa de fazer ou refazer a legislação, além de ter a maioria no Congresso para mudar essa situação", acrescentou Mendes.

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