Enem

Intenção ao vazar prova do Enem era denunciar fragilidade de gráfica, diz advogada

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 13h07

SÃO PAULO - A advogada Claudete Pinheiro, que defende Felipe Pradella – indiciado hoje (5) pela Polícia Federal em São Paulo por suspeita de ter participado do esquema do vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) –, negou que seu cliente tenha sido o responsável pelo furto da prova. Segundo a advogada, a intenção ao oferecer a prova do Enem à imprensa era a de denunciar a fragilidade da gráfica Plural, responsável pela impressão da prova.

“Eles [Felipe Pradella e os demais envolvidos no vazamento da prova] não são criminosos contumazes ou indíviduos de alta periculosidade. São pessoas comuns que se viram na posse de uma prova. O que eles queriam, na verdade, era denunciar a fragilidade dos serviços prestados pela gráfica Plural”, afirmou a advogada, ao deixar a sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Pradella, funcionário de uma empresa que presta serviços à gráfica Plural, chegou à sede da PF em São Paulo por volta das 10h de hoje para prestar depoimento e acabou deixando o local por volta das 18h, já indiciado.

Durante o depoimento, Pradella negou ser o autor do furto e afirmou ter recebido a prova do Enem de uma outra pessoa da empresa que, por sua vez, indicou um terceiro nome à Polícia Federal. Os três foram ouvidos pela Polícia Federal hoje e foram indiciados por peculato, entre outros crimes. Os nomes dos outros dois indiciados (um deles que teria confessado ser o autor do furto da prova) não foram revelados pela Polícia Federal nem citados pela advogada de Pradella.

Segundo a advogada, Pradella “não tinha noção de que a denúncia e de que vender esse tipo de matéria era crime”. Seu objetivo era o de denunciar a fragilidade no esquema de segurança da gráfica Plural. “A prova do Enem era a prova cabal de que os serviços prestados pela gráfica Plural eram deficitários”, afirmou a advogada.

A Polícia Federal já indiciou, até o momento, cinco pessoas pelo vazamento da prova que foi oferecida a três órgãos de imprensa (o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Época e o site R7, que pertence à TV Record). Além dos três suspeitos ouvidos hoje, a Polícia Federal já havia indiciado, no último sábado, o empresário e publicitário Luciano Rodrigues e o DJ Gregory Camillo de Oliveira Craid.

Segundo a advogada Claudete Pinheiro, seu cliente era amigo do DJ Gregory Craid que, por sua vez, seria amigo do empresário Luciano Rodrigues. De acordo com a versão da advogada, o DJ foi quem deu a sugestão de oferecer a prova à imprensa. Já o empresário foi o responsável por fazer os contatos com a imprensa. Nenhum deles, segundo ela, teria pensado em cobrar pela divulgação da prova do Enem.

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