BRASÍLIA - Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 200 mil pessoas morrem a cada ano no mundo por algum tipo de câncer relacionado ao ambiente de trabalho.
Segundo a coordenadora de Vigilância e Prevenção do Câncer do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Silvana Rubano Turci, não existem números sobre o câncer ocupacional no Brasil. Ela afirma que quando a doença é diagnosticada não se faz uma entrevista com o paciente para conhecer sua rotina, hábitos e as possíveis causas da doença.
Silvana explica que os principais fatores associados ao câncer são o tabaco, a alimentação, a exposição ocupacional, a exposição à radiação e ao sol. De acordo com ela, é difícil relacionar o câncer à exposição a um só fator.
“A gente tem uma série de fontes e fica muito difícil estabelecer que aquele determinado câncer está relacionado a uma só exposição, mas pode sim estar relacionado a exposições com baixas doses durante a vida toda e não a um único agente, mas a vários agentes e a uma mistura desses agentes” explica.
Um dos fatores que causam câncer é o amianto. O presidente da Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), Eliezer João de Souza, luta pela proibição do uso do produto no país e conta que nos 13 anos em que trabalhou em uma empresa que usava amianto não foi alertado do risco que corria.
“Eu e todos os funcionários, uma média de 10 mil, que trabalharam nessa empresa. A gente foi enganado, ninguém sabia que o amianto era cancerígeno. Aí um monte de gente que já morreu, e outras ficaram doentes, tiveram mesotelioma, câncer de pulmão, de laringe”, conta Eliezer.
Segundo estimativas do Inca, a projeção para o ano 2020 é que 15 milhões de pessoas apresentem novos casos de câncer.
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