São Luís

Operação Manzuá faz blitz em praias da Ilha

A ação, ontem, não teve o apoio da Polícia Militar.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h10

SÃO LUÍS - A Operação Manzuá, realizada em parceria entre o Ministério Público Estadual (MP) e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), teve continuidade ontem, nas praias do Meio e Araçagi. O objetivo é conscientizar e orientar frequentadores e donos de bares quanto ao uso correto de aparelhos de som, no tocante à altura máxima permitida. A ação, ontem, não teve o apoio da Polícia Militar, retirado pelo secretário de Segurança Pública, Raimundo Cutrim.

Nas praias do Meio e Araçagi, foram instaladas barracas para abrigo dos integrantes da operação e prestar informações aos banhistas e comerciantes. Oito pessoas entregavam material educativo. “Além da entrega de material informativo, estamos prestando informação sobre como proceder para fazer denúncias, principalmente, por meio de nossa Ouvidoria”, explicou o diretor do Departamento de Meio Ambiente da Sema, Jaime Santos. Ele informou que a mudança no comportamento tem acontecido, não só na orla marítima, como na postura do cidadão em outros espaços. “Já repercute a primeira campanha, que fizemos 15 dias atrás. O numero de ligações com denúncias tem aumentado. E isso é bom, pois, a partir do momento em que estão denunciando é porque o cidadão está consciente do seu direito. Ele está solicitando que o direito seja respeitado”, frisou.

O promotor de Investigações Criminais Cláudio Cabral reiterou que as ações para educação sobre o uso correto de equipamentos de som continuarão até o fim do ano. Ele apontou, contudo, mudança na estratégia. “Carro de som quem tem que assumir é a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, pois é um infração de trânsito. O promotor Fernando Barreto deverá chamar a secretaria para uma reunião. Essa será uma nova estratégia, mas o trabalho educativo continua”, informou.

Sem polícia

Diferente das outras ações realizadas pela Operação Manzuá, a de ontem não contou com o apoio da Polícia Militar. “A PM foi requisitada e não apareceu. Fomos ao quartel e não havia uma ordem de serviço. Vamos verificar o que houve primeiro e depois tomar as providências”, disse o promotor Cláudio Guimarães, declarando que a falta da força policial dificulta a ação, inclusive a educativa. “Em casos de resistência, por exemplo. Aqui na praia tem muitas pessoas bebendo. Como fazer se um desses bêbados com carro de som alto não quiser baixar o som, ou quando uma menina que entrega os panfletos o abordar?”, exemplificou.

A ausência da PM se deve à polêmica envolvendo os promotores de Justiça Cláudio Guimarães e Cláudio Cabral e o secretário de Segurança Pública, Raimundo Cutrim, que retirou o apoio à Operação dia 27.

“Nosso trabalho é fazer o controle externo da atividade policial, para evitar interferência e abusos. O problema com o secretário começou depois que interditamos um bar na Litorânea, pois não havia nenhuma licença para funcionamento e o secretário mandou reabri-lo assinando uma autorização especial. Retornei e interditei o bar novamente”, disse Cláudio Guimarães, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Criminal. Segundo ele, a questão contra a “Manzuá” é pessoal.

Para Cláudio Guimarães, a Operação Manzuá está fragmentada, mas continua. “Essa é uma crise seríssima. Muitas pessoas não têm dimensão da gravidade. O Ministério Público não precisa pedir Polícia Militar, mas nós requisitamos. A população também deveria se pronunciar”, concluiu.

Ontem, O Estado tentou, mas não conseguiu ouvir o secretário de Segurança Raimundo Cutrim, que sexta-feira, 28, disse ao jornal que tinha enviado ofício à Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) informando que havia retirado o apoio à Operação Manzuá porque os promotores que coordenam as ações estariam cometendo abusos e invadindo a competência de outras promotorias. “Não se pode prender de forma verbal pessoas que estão trabalhando. São necessários mandados de prisão e isso não foi respeitado”, justificou o secretário.

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