Bandidos aterrorizam em bairros da Capital

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h14

SÃO LUÍS - Moradores, comerciantes e motoristas que trafegam pela avenida José Sarney, no bairro Camboa, estão apavorados com a grande quantidade de assaltos que ocorre na via. Os assaltantes agem principalmente nos horários de 12h e 18h, quando o movimento na via é intenso. A situação se repete em outros bairros, como Alemanha e Monte Castelo.

Segundo moradores da Camboa, os assaltantes agem em grupos. Eles se reúnem principalmente nas esquinas da avenida, perto dos semáforos, abordando os motoristas que param no sinal vermelho. “Os alvos deles são os cordões de ouro e os celulares, principalmente os de flip”, diz uma senhora moradora do bairro há 25 anos, que preferiu não se identificar. Ela conta que os celulares e cordões roubados são normalmente trocados por drogas e que eles não têm medo de ninguém, nem da polícia. “Eles ficam passando por aqui à luz do dia, agindo naturalmente. Não estão nem ligando. É um inferno”, ressalta a moradora, que tranca sempre a casa para evitar qualquer ação dos grupos.

Para os comerciantes do bairro, a situação é pior. O medo ronda os clientes e proprietários de estabelecimentos durante todo o dia. “As pessoas já percebem essa piora. Eles passam sempre com receio, se não puderem evitar o tráfego por aqui”, comenta João Gaspar, proprietário de uma padaria e de um mercado na avenida. A padaria dele, que funciona há 25 anos, já foi assaltada seis vezes nos últimos anos. “Eu só estou aqui porque é o jeito. Não tenho como mudar meu estabelecimento comercial para outro lugar”, diz o comerciante, que enfrenta um sério problema na Justiça por causa de um assalto em sua casa, também no bairro Camboa.

“Dois assaltantes entraram na minha casa e eu os encontrei no quintal. Para me defender, eu atirei e acertou no braço de um deles. Por isso, fui processado e até hoje estou enrolado com essa história. O rapaz já fez fisioterapia e tudo, mas eu continuo enfrentando esse processo porque tentei me defender”, reclama indignado João Gaspar.

Há menos de dois meses, o mesmo comerciante abriu um mercado pequeno ao lado de sua padaria para a esposa e a filha trabalharem. Nesse pouco tempo de funcionamento, o estabelecimento já foi assaltado. “Os assaltantes colocaram uma arma na cabeça da minha mulher e levaram dinheiro. Nós trabalhamos revoltados, sem segurança nenhuma.

Não podemos contar com a polícia”, reclama João Gaspar, afirmando que eles fazem denúncia para a Polícia Militar (PM), que envia equipe ao local, mas não consegue resolver o problema.

Audijane Pereira trabalha em um mercado de frutas na avenida e conta que também já foi assaltada pelo menos três vezes. “Eles chegam, abordam a gente, e não podemos fazer nada. Da última vez, eles levaram os R$ 300,00 que tinha no caixa”, conta. Os assaltantes, de acordo com ela, já são conhecidos dos comerciantes e dos moradores e mesmo assim não se inibem em agir no local. “Nós passamos a ficar alertas, para evitar mais assaltos. Quando nós percebemos que eles estão querendo agir, pegamos o telefone e ligamos para a polícia”, afirma Audijane Pereira, lembrando que muitas vezes não adianta porque eles se escondem facilmente. “Algumas vezes, já até identificamos o bandido e mesmo assim não adiantou, pois ele não foi preso”, completa.

Um dos retratos da violência no bairro Camboa é a marca de bala que tem em um dos semáforos da avenida. “Enquanto eles atiram aqui, assaltam, pintam e bordam com a gente, nós não podemos fazer nada e a ação da polícia não está adiantando”, alerta João Gaspar.

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