BRASÍLIA - Luiz Antônio Vedoin deixa a prisão em Cuiabá, onde estava desde 15 de setembro
O empresário Luiz Antonio Vedoin deixou a prisão às 19h30 desta terca-feira (31) depois de obter, à tarde, um habeas corpus, concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), com sede em Brasília.
Acusado de chefiar a máfia dos sanguessugas, ele estava preso desde 15 de setembro em Cuiabá (MT), devido ao envolvimento no episódio relativo à compra de um dossiê contra candidatos tucanos. O empresário estava detido na Polinter, um anexo do presídio Pascoal Ramos, na capital matogrossense.
Vedoin é acusado de coordenar o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas para o Ministério da Saúde por meio de emendas parlamentares e, durante a campanha eleitoral, tentou negociar com petistas um dossiê com documentos que incriminariam políticos do PSDB.
A decisão de conceder o habeas corpus foi da terceira turma do tribunal. A alegação foi "excesso de prazo" para liberar o empresário, já que ele está preso há mais de 45 dias sem oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público (MP) ou conclusão das investigações. Segundo a assessoria do TRF, isso configura constrangimento indevido "em razão do decurso de tempo".
O voto do relator, desembargador federal Candido Ribeiro, foi acompanhado pelos demais magistrados convocados - Jamil Rosa de Jesus e Maria Lúcia Gomes de Souza.
Vedoin foi preso depois que a Polícia Federal (PF) apreendeu o material referente ao dossiê, que seria entregue a Gedimar Pereira Passos e Valdebran Padilha. Os dois também foram presos, em um hotel em São Paulo, com dinheiro que seria usado para a compra do dossiê.
O ex-sócio da Planam deixou a Polinter dirigindo seu carro, trazido pela esposa e não deu entrevistas. Questionado por jornalistas se confirmava o envolvimento do empresário Abel Pereira, Vedoin limitou-se a dizer: "É lógico, né?".
Em depoimento à Justiça, Vedoin disse que Abel recebeu propina para liberar verbas no Ministério da Saúde durante a gestão do ex-ministro e atual prefeito de Piracicaba (SP), Barjas Negri, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Depoimentos
A única exigência feita pela Justiça ao empresário é a de que compareça a todos os atos do processo judicial. Na manhã desta terça, na Polinter, Vedoin prestou depoimento à Comissão de Processos Administrativos Disciplinares do Ministério da Saúde, que investiga as ramificações do esquema no ministério.
Na próxima semana, Vedoin deve depor ao Conselho de Ética da Câmara. Segundo o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), o juiz federal Jefferson Schneider, responsável pelo caso em Cuiabá (MT), autorizou a vinda a Brasília do empresário. O depoimento deve acontecer na sede da Superintendência da Polícia Federal.
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