Advogada usa alvará falso para tentar soltar detento

O documento teria sido solicitado pela advogada Ana Maria Gomes Ferreira Silva.

Jornal O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h21

SÃO LUÍS - Faltou pouco para o pistoleiro Ruberval Gomes Silva, que se encontra preso no presídio do Comando da Polícia Militar, fosse liberado nesta quinta-feira.

O alvará, que teria sido solicitado pela advogada Ana Maria Gomes Ferreira Silva, era falso. A advogada é parente do acusado. Ruberval Gomes está recolhido desde novembro de 2004, acusado de ser o executor do assassinato do empresário José Soares Rodrigues, o Zezico Galego, ocorrido em 18 de julho de 2003, no município de Vitorino Freire.

Conforme as investigações, realizadas pelo delegado Marco Antônio Fonseca, o mandante do crime seria o ex-prefeito daquele município, Juscelino Resende, que foi indiciada no inquérito.

A “empreitada” teria custado R$ 28 mil, dos quais Ruberval recebeu R$ 18 mil e seu comparsa R$ 10 mil. O pistoleiro, acusado de mais de uma dezena de crimes em vários estados brasileiros, teria passado o dia bebendo conhaque, chegando a ingerir quatro litros da bebida. A ação criminosa teria ocorrido quando o empresário trafegava em sua caminhonete pela estrada que liga Paulo Ramos a Vitorino Freire, retornando de sua fazenda com destino a sede do município.

Ruberval estaria na garupa de uma moto quando efetuou os disparos, mas teve dúvida se realmente teria executado a vítima, já que estava embriagado. Para confirmar o fato, o condutor da moto esteve no hospital da cidade, para onde Zezico Galego havia sido levado. Ele confirmou a morte do empresário e em seguida levou o pistoleiro para Caxias. Alguns dias mais tarde, o condutor da moto teria levado o dinheiro do pagamento da “empreitada” para Ruberval.

O acusado, que era procurado em todo o Brasil por envolvimento em vários homicídios, foi preso pela polícia maranhense no município de Timon, no começo do mês de agosto de 2004.

Falsificação

O alvará de soltura que beneficiava Ruberval Gomes Silva chegou ao quartel na manhã desta quinta, mas antes de liberar o preso o comando da Polícia Militar entrou em contato com a Secretaria de Segurança, para confirmar, com o delegado Marco Antônio Fonseca, se podia liberar o detento. O delegado estranhou o fato e manteve contato imediato com o juiz da comarca de Vitorino Freire, Wilson Manoel Freitas Filho.

O juiz, por sua vez, negou ter expedido qualquer alvará que garantisse benefício de liberdade provisória para Ruberval Gomes Silva, já que se encontra de férias. Sua assinatura foi forjada no documento falso e o escrivão José Luís Lisboa, que assinava o alvará, inexiste. O juiz já determinou que seja apurado o fato.

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