Em queda pelo 8º dia, dólar fecha manhã a R$ 2,172

Paula Dias - Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 14h33

SÃO PAULO - A manhã de quarta-feira foi de queda para o dólar e volatilidade para o mercado de ações. Recuando pelo oitavo dia seguido, o dólar encerrou a manhã valendo R$ 2,170 na compra e R$ 2,172 na venda, baixa de 1%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciou o dia em alta, mas inverteu o sinal e às 13 horas caía 1,47% (Ibovespa em 30.514 pontos).

Um dos destaques do dia foi a produção industrial de setembro, que ficou aquém do esperado. A produção caiu 2% de agosto para setembro. Sobre o mesmo mês de 2004, houve alta de 0,2%, a menor desde setembro de 2003. De janeiro a setembro, a indústria cresceu 3,8%, contra estimativa de 4,17% do mercado.

A Bovespa chegou a subir 0,84%, tentando ver o lado positivo da queda da produção industrial. Isso porque, para evitar uma estagnação econômica, o Banco Central precisa reduzir os juros, incentivando a reação da indústria. A virada de sinal, no entanto, não demorou a acontecer.

- Os números sobre produção industrial não são positivos, mas também não têm força para derrubar todo o mercado. A verdade é que a bolsa está muito dependente dos recursos externos - disse um operador de uma corretora paulista, atribuindo a queda às vendas de estrangeiros.

Entre as 57 ações do Índice Bovespa, as maiores baixas são de Eletropaulo PN (-4,05%) e Celesc PNB (-3,94%). As altas mais significativas do índice são de Contax PN e ON, que avançam 6,85% e 5,30%, respectivamente.

- Apesar de o cenário interno se manter positivo, o mercado de ações continua bastante atento à cena externa, principalmente no que diz respeito aos juros americanos - disse o profissional.

No mercado de câmbio, a notícia mais importante do dia foi a de que o Tesouro Nacional reabriu a emissão de bônus globais (em dólar) com vencimento em 2015. Há dias que são fortes os rumores sobre a operação, que tem como objetivo antecipar a captação de recursos para pagamento de dívidas do Tesouro para o ano que vem. As necessidades de recursos para este ano (US$ 6 bilhões) já foram supridas e esta será a terceira captação destinada ao cronograma de 2006. A última captação do Tesouro foi feita em reais.

Com a continuidade da queda, o dólar se manteve na menor cotação desde abril de 2001. E os leilões do Banco Central, iniciados no começo de novembro, não impedem novas quedas da moeda. Se a captação do governo for bem-sucedida, tudo indica que as empresas do setor privado também terão condições favoráveis em empréstimos no exterior. Na terça-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a perspectiva de risco do Brasil, o que significa que a nota do país poderá ser elevada.

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