Serasa: inadimplência cresceu mais de 5% em 2003

Globo Online

Atualizada em 27/03/2022 às 15h09

SÃO PAULO - Estudo da Serasa divulgado nesta terça-feira revela que a inadimplência de pessoa física no país cresceu 5,2% em todo o ano passado, na comparação com o mesmo período de 2002. No entanto, segundo a Serasa, a inadimplência cresceu menos em 2003, na comparação com o ano anterior, quando apresentou alta de 23,9% ante 2001.

Já o índice de inadimplência total, que inclui pessoa física e jurídica, apresentou crescimento de 5,5% de janeiro a dezembro de 2003, na comparação com o mesmo período de 2002. O ritmo da alta também foi inferior na comparação com períodos anteriores. De 2002 para 2001, houve uma elevação de 19,3%.

O indicador contempla registros de cheques devolvidos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras, empresas do varejo, cartões de crédito e financeiras. Segundo os técnicos da Serasa, os índices de inadimplência registrados em 2003 estão associados ao desemprego, à queda da renda, aos juros elevados e ao aumento das tarifas públicas e impostos - determinantes para a menor renda disponível, o que dificulta o pagamento de compromissos assumidos anteriormente.

A administração e o equilíbrio do orçamento doméstico foram os maiores desafios para o consumidor em 2003, fato que definiu a priorização dos pagamentos e renegociação das dívidas, simultaneamente ao menor consumo. Esta atitude deve se repetir no primeiro semestre de 2004, de acordo com a Serasa.

Quando apenas pessoa física é levada em consideração, os cheques sem fundos apresentaram queda na representatividade na inadimplência do segmento. Em dezembro de 2003, os cheques devolvidos representaram 36% do total do indicador de pessoa física. Em dezembro de 2002, foi 37%, e em 2001, a participação de cheques devolvidos no indicador foi 42%.

O registro de inadimplência de cartões de crédito e financeiras apresentou em dezembro de 2003 participação de 33%, contra 34% no mesmo mês de 2002. Em 2001, esse percentual foi 31%. O índice registros no sistema financeiro (bancos) mantém a terceira maior participação no indicador, com 29% em dezembro de 2003; 27% em dezembro de 2002 e 24% em 2001. Com a menor representatividade, mantêm-se os títulos protestados, 2% em 2003, mesma variação apresentada em 2002, e 3% em 2001.

Segundo o estudo, o valor médio das anotações negativas de cheques sem fundos (pessoa física) em dezembro de 2003 foi de R$ 395; de títulos protestados foi de R$ 573; de registros no sistema financeiro foi de R$ 952; e de registros outros segmentos (cartões de crédito e financeiras) foi de R$ 233.

No caso do Indicador Serasa de Inadimplência de pessoa jurídica, houve uma alta de 10,9% índice geral, nos doze meses de 2003, comparado com 2002, que registrou um crescimento de 5,2% em igual período de 2002/2001. De acordo com o índice da Serasa, a maior representatividade na inadimplência é de títulos protestados, 48% em 2003. O segundo índice na representatividade é o de cheques sem fundos, que apresenta queda desde 2001. Em dezembro de 2003, os cheques devolvidos representaram 37% do total do indicador de PJ. O índice registros no sistema financeiro (bancos) mantém a terceira maior participação no indicador de pessoa jurídica, com 15% em dezembro de 2003.

De acordo com o levantamento, o valor médio das anotações negativas de cheques sem fundos (PJ) em dezembro de 2003 foi de R$ 1.004; de títulos protestados foi de R$ 1.289; de registros no sistema financeiro foi de R$ 2.964.

Para as empresas, cuja inadimplência teve comportamento inverso em relação à de pessoa física, ou seja, cresceu a taxas positivas superiores no decorrer do ano, os juros reais elevados e a baixa atividade econômica determinaram a menor pontualidade nos pagamentos junto aos fornecedores. As empresas menos capitalizadas, normalmente as micro, pequenas e médias, são as que registram as maiores dificuldades para honrar seus compromissos, pois sofrem com o alto custo de carregar estoques, de baixas vendas e não geram receitas financeiras.

Para os técnicos da Serasa, ainda que haja uma expectativa de recuperação da atividade econômica no primeiro semestre de 2004, a inadimplência deve apresentar um repique no primeiro quadrimestre, por conta do alongamento de prazos no crédito no final de 2003.

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