Vice-presidente critica juros altos e diz que 2003 é um ano perdido

Globo.com

Atualizada em 27/03/2022 às 15h16

SALVADOR - O vice-presidente José Alencar (PL) voltou a defender nesta segunda-feira uma das suas principais bandeiras: a queda nos juros. Alencar também fez críticas contundentes ao governo e, ao contrário do otimismo que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tem demonstrado, considerou o ano de 2003 praticamente perdido para economia.

- Pode-se dizer que sim, o ano está perdido - admitiu.

Alencar, mais uma vez, repetiu que as duas reduções na taxa básica determinadas pelo Copom este ano foram inócuas.

- Não houve queda. Eu falo do ponto de vista filosófico e político. E, sob esse aspecto, as taxas de juros no Brasil são um verdadeiro regime de juros despropositado - criticou.

Sem citar nomes, ele disse que agora "os economistas" começam a repetir o que ele já dizia há cerca de quatro meses, sobre a necessidade de redução nos juros.

- Só que agora eu vou mais longe. As taxas deveriam ter caído de forma mais consistente porque já estamos vivendo uma deflação. Quando o governo assumiu, havia o risco do recrudescimento da inflação, mas agora a situação é outra. O país precisa retomar o caminho do crescimento para que não ocorra o agravamento do quadro atual. Nós já perdemos duas décadas e isso não pode se repetir - opinou.

O vice-presidente também fez comparações com as taxas de outros países:

- Se compararmos as taxas praticadas no Brasil com a de outros países, em determinados casos, a taxa cobrada por eles (os outros países) é igual a 10% do que pagamos. Em outros, a proporção é ainda menor, de 5%. Falo apenas da taxa básica real, porque se formos falar em taxa de crédito, o que cobramos é um crime - alfinetou.

Indagado se o governo está fazendo o dever de casa de forma correta, ele foi lacônico:

- Está tentando fazer.

Em almoço com o governador Paulo Souto (PFL) e outros políticos, no Palácio de Ondina, residência oficial do governo baiano, Alencar minimizou o efeito das medidas adotadas até aqui pelo governo federal com vistas a retomada do crescimento econômico, classificando-as de "paliativas".

O vice-presidente referia-se a iniciativas setoriais como a recente redução no IPI para o setor automotivo.

- Isso dura pouco e não determina o crescimento econômico. O que faz a economia crescer é o custo do capital - ensinou.

O vice-presidente esteve na capital baiana para apresentar ao governo estadual o novo projeto de transposição das águas do Rio São Francisco.

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