Golpes na internet

Crimes tecnológicos crescem no estado, segundo a Polícia Civil

Além dos golpes praticados pela quadrilha do WhatsApp, a polícia investiga crimes como os do falso boleto, do cartão clonado e da falsa fatura

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
(Ilustração)

SÃO LUÍS - Cresce no Maranhão os chamados crimes tecnológicos, aqueles em que estelionatários e hackeres usam a internet para invadir contra bancárias, transferir dinheiro para contas de “laranjas” e até clonar cartões e alterar boletos que ao serem pagos, depositam o valor na conta do falsário. Além dos crimes praticados pela quadrilha do WhatsApp, desarticulada esta semana em São Luís, a polícia investiga mais três tipos de crimes que são praticados de forma frequente no estado.

Enquanto os quadrilheiros presos tinha como vítimas principais ministros do Governo Temer, deputados, governadora, e até mesmo prefeituras do interior do Maranhão, existem ainda os golpes do falso boleto bancário, do cartão clonado e da falsa fatura do cartão de crédito. Todos os anos cerca de 3,5 bilhões de boletos de cobrança são gerados no país e segundo a polícia, acabam se tornando uma fonte fértil para os criminosos.

O delegado Odilardo Muniz, chefe do Departamento de Combate a Crime Tecnológico (DCCT), órgão da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), informou que três ou quatro casos desse tipo foram registrados em menos de um ano no órgão que dirige. Os criminosos conseguem obter os dados das vítimas e enviam o boleto, por meio da internet, oferecendo descontos, principalmente às faturas vencidas.

A vítima efetua o pagamento quase sempre em um correspondente bancário, mas o dinheiro, segundo o delegado, cai diretamente na conta dos golpistas. “É de suma importância observar as informações que há no boleto antes de realizar o pagamento e evitar, assim, cair em golpe”, explicou o delegado.

Telefonema

Os falsários também chegam a telefonar para a residência da vítima se passando pelo credor. Eles dizem que houve um erro no boleto enviado antes e pedem para a vítima aguardar outra fatura para fazer o pagamento. As vítimas, na maioria das vezes, acaba passando os dados do boleto originário ao falsário.

Durante uma atualização de boletos nos sites originais de agência bancária, o usuário, ao clicar em um link exatamente igual ao da segunda via solicitada, pode adquirir um boleto falso. Para a polícia, o usuário deve desconfiar de links e de arquivos enviados por e-mail. A recomendação é que o cliente confirme a autenticidade desse documento com a empresa prestadora do serviço.

Evitar o golpe

A Federação Brasileira dos Bancos (Fenabran) no fim do ano passado, lançou uma nova plataforma de cobrança com o objetivo de evitar esse tipo de golpe e proporcionar segurança e facilidade no pagamento de boletos, principalmente os vencidos.

A pessoa ao fizer o pagamento de uma fatura, mesmo sendo vencida, é feita uma consulta à base centralizadora da Nova Plataforma para checar as informações. A operação somente vai ser valida caso os dados do boleto coincidirem com aquelas que constam no sistema.

Dinheiro de plástico

Odilardo Muniz explicou que os criminosos também aplicam o golpe do cartão clonado, o chamado dinheiro de plástico. Eles conseguem de forma fraudulenta a senha do cartão de crédito das vítimas e passam a realizar saques e compras em estabelecimentos comerciais.

Os golpistas também chegam a enviar falsas faturas de cartão de crédito para a residência das vítimas. Esses documentos quase sempre têm os dados corretos do consumidor, inclusive, informações sobre compras feitas pelo usuário do cartão.

Mais golpe

O delegado também informou que os golpistas aproveitam site de compra e venda para realizarem as ações criminosas. Um dos casos, a falsa venda de veículos, somente no ano passado, foram três vítimas na cidade.

Os criminosos anunciam a venda de um determinado veículo nesse site e exigem que o comprador deposite pelo menos 10% do valor da compra em uma conta bancária antes de o produto ser entregue. “A vítima acaba fazendo o depósito bancário e fica sem o carro e não consegue mais manter a comunicação com o falsário”, disse Odilardo Muniz.

Saiba mais

A polícia desarticulou nesta terça-feira, 3, uma organização criminosa especializada em aplicar golpes utilizando o aplicativo WhatsApp. Foram presos Leonel Silva Pires Júnior, chefe do grupo; Marksuel Pereira de Sousa, Ana Lúcia Miranda Rocha, Thatielle Cristina Cordeiro Silva, Ivanilde Nogueira Amaral, Erick Raphael Reis Teixeira e Eloah Cristina Araújo Machado. Até esta sexta-feira, a polícia continuava realizando incursões no estado para prender o último integrante desse bando, identificado como Rudson Januário Serra.

Eles chegaram a clonar o WhatsApp de ministro de estado, da governadora do Paraná, deputados e prefeituras do Maranhão, e conseguiram obter dinheiro que era depositado em contas de “laranjas”.

Entenda

Dicas para não cair no

golpe do boleto falso

O usuário precisa sempre conferir se o código de barras na parte de cima da fatura é a mesma que aparece embaixo;

Em caso de pedir a segunda via do boleto é necessário solicitar a fatura sempre pelo site do banco emissor com CNPJ da empresa, o valor e data de vencimento do título;

A pessoa deve ter cuidado com telefonemas informando sobre a necessidade de troca de boletos alegando que existem valores indevidos;

Quando o boleto chegar, o usuário deve verificar o código de barras do cartão de crédito, pois é sempre o mesmo todo mês. Compare o código de barras da fatura do seu cartão com o do boleto do mês anterior;

Observe se há apenas o símbolo do banco do seu cartão de crédito, pois caso tenha logomarca de outra instituição financeira, desconfie, porque, pode ser uma fraude.

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