Procedimento

Após diagnóstico, portador de ceratocone fará cirurgia no HRO

Alessandro Asevedo Gusmão, de 24 anos, passará pelo tratamento de crosslinking no olho esquerdo, que está menos afetado pela doença

Atualizada em 11/10/2022 às 12h30
Alessandro Gusmão, portador de ceratocone, fará uma intervenção cirúrgica oferecida pelo HRO
Alessandro Gusmão, portador de ceratocone, fará uma intervenção cirúrgica oferecida pelo HRO (ALESSANDRO GUSMÃO)

SÃO LUÍS - Após diagnóstico para uma avaliação mais precisa no Hospital de Referência Oftalmológica (HRO), em São Luís, o portador de ceratocone - doença rara que pode ocasionar a perda total da visão - Alessandro Asevedo Gusmão, de 24 anos, fará uma intervenção cirúrgica oferecida pela unidade de saúde. O jovem passará pelo tratamento de crosslinking no olho esquerdo, que está menos afetado, para que não haja o agravamento da doença.

Posteriormente, Alessandro se submeterá a um transplante de córnea no olho direito, o qual está muito agravado, que será realizado no Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) – Hospital Oftalmológico de Sorocaba, em São Paulo, depois de um encaminhamento feito pelo especialista Raphael Freitas, que realizou o atendimento no HRO.

“O Alessandro tem um ceratocone muito severo no olho direito e a única opção é o transplante. Já no olho esquerdo, o caso está moderado e, para evitar a progressão da doença, vamos fazer o procedimento do crosslinking, oferecido pelo HRO. O Alessandro já foi diagnosticado com a doença há três anos, mas foi preciso investigar o grau da enfermidade”, explicou o médico Raphael Freitas, oftalmologista com subespecialidade em córnea e cirurgia refrativa.

“É uma sensação de felicidade e um pouco de medo ter que passar por todos esses procedimentos. Estou muito satisfeito porque eu poderia perder a minha visão. Já não sabia mais o que fazer, porque na Rede Pública de Saúde eu não consegui nada. Estava muito receoso de perder a minha visão. Além disso, quero poder trabalhar e estudar, sem dificuldades de enxergar”, relatou Alessandro Gusmão.

Desempregado e por não conseguir atendimento na Rede Pública de Saúde, Alessandro abriu uma conta e um perfil na “vakinha.com.br” para pedir doações e, com esse recurso, poder custear tratamentos que amenizassem os efeitos da doença, até conseguir o transplante. “Agradeço muito a todas as pessoas que ajudaram. Toda verba que consegui arrecadar até o momento continua na conta. Terei que custear a viagem para São Paulo e os colírios após a cirurgia. Caso não utilize tudo, vou ajudar outra pessoa que esteja em uma situação complicada como a minha”, contou Gusmão.

Ele já havia sido diagnosticado com a doença em 2015 e de lá pra cá luta para conseguir fazer um tratamento e cirurgia. “Estou enxergando muito mal. Não reconheço pessoas, algumas vezes. Só enxergo a tela de um computador ou de um celular com um zoom muito alto. O meu olho direito já está muito agravado”, explicou.

Crosslinking

O crosslinking é um novo tratamento cirúrgico que permite aumentar a resistência da córnea, deixando-a mais estável. Por meio dessa técnica, é possível retardar ou até parar os danos causados pelo problema, evitando, assim, a perda da acuidade visual e até a necessidade de um futuro transplante de córnea. Estima-se que 21% dos pacientes de ceratocone precisam do transplante. A nova técnica poderá baixar esse número.

Ceratocone

Ceratocone é uma doença genética, de caráter hereditário e evolução lenta, que se manifesta mais entre 10 e 25 anos, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. A enfermidade pode atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, o distúrbio pode afetar mais um olho do que o outro, segundo informações do Dr. Draúzio Varella. No ceratocone, o tecido transparente em forma de cúpula que cobre o olho (córnea) afina e se projeta para fora em forma de cone. Sua causa é desconhecida

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