SÃO LUÍS - Após diagnóstico para uma avaliação mais precisa no Hospital de Referência Oftalmológica (HRO), em São Luís, o portador de ceratocone - doença rara que pode ocasionar a perda total da visão - Alessandro Asevedo Gusmão, de 24 anos, fará uma intervenção cirúrgica oferecida pela unidade de saúde. O jovem passará pelo tratamento de crosslinking no olho esquerdo, que está menos afetado, para que não haja o agravamento da doença.
Posteriormente, Alessandro se submeterá a um transplante de córnea no olho direito, o qual está muito agravado, que será realizado no Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) – Hospital Oftalmológico de Sorocaba, em São Paulo, depois de um encaminhamento feito pelo especialista Raphael Freitas, que realizou o atendimento no HRO.
“O Alessandro tem um ceratocone muito severo no olho direito e a única opção é o transplante. Já no olho esquerdo, o caso está moderado e, para evitar a progressão da doença, vamos fazer o procedimento do crosslinking, oferecido pelo HRO. O Alessandro já foi diagnosticado com a doença há três anos, mas foi preciso investigar o grau da enfermidade”, explicou o médico Raphael Freitas, oftalmologista com subespecialidade em córnea e cirurgia refrativa.
“É uma sensação de felicidade e um pouco de medo ter que passar por todos esses procedimentos. Estou muito satisfeito porque eu poderia perder a minha visão. Já não sabia mais o que fazer, porque na Rede Pública de Saúde eu não consegui nada. Estava muito receoso de perder a minha visão. Além disso, quero poder trabalhar e estudar, sem dificuldades de enxergar”, relatou Alessandro Gusmão.
Desempregado e por não conseguir atendimento na Rede Pública de Saúde, Alessandro abriu uma conta e um perfil na “vakinha.com.br” para pedir doações e, com esse recurso, poder custear tratamentos que amenizassem os efeitos da doença, até conseguir o transplante. “Agradeço muito a todas as pessoas que ajudaram. Toda verba que consegui arrecadar até o momento continua na conta. Terei que custear a viagem para São Paulo e os colírios após a cirurgia. Caso não utilize tudo, vou ajudar outra pessoa que esteja em uma situação complicada como a minha”, contou Gusmão.
Ele já havia sido diagnosticado com a doença em 2015 e de lá pra cá luta para conseguir fazer um tratamento e cirurgia. “Estou enxergando muito mal. Não reconheço pessoas, algumas vezes. Só enxergo a tela de um computador ou de um celular com um zoom muito alto. O meu olho direito já está muito agravado”, explicou.
Crosslinking
O crosslinking é um novo tratamento cirúrgico que permite aumentar a resistência da córnea, deixando-a mais estável. Por meio dessa técnica, é possível retardar ou até parar os danos causados pelo problema, evitando, assim, a perda da acuidade visual e até a necessidade de um futuro transplante de córnea. Estima-se que 21% dos pacientes de ceratocone precisam do transplante. A nova técnica poderá baixar esse número.
Ceratocone
Ceratocone é uma doença genética, de caráter hereditário e evolução lenta, que se manifesta mais entre 10 e 25 anos, mas pode progredir até a quarta década de vida ou estabilizar-se com o tempo. A enfermidade pode atingir os dois olhos de maneira assimétrica, ou seja, o distúrbio pode afetar mais um olho do que o outro, segundo informações do Dr. Draúzio Varella. No ceratocone, o tecido transparente em forma de cúpula que cobre o olho (córnea) afina e se projeta para fora em forma de cone. Sua causa é desconhecida
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