Economia

Projeção para o desempenho do PIB piora no 1º trimestre

Últimos resultados do setor de serviços, varejo e indústria mostraram que a economia brasileira ainda está devagar; expectativa era que o ano começaria num ritmo mais acelerado, sobretudo depois do modesto crescimento de 2017

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31
Economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima diz que 1º trimestre foi pior que o esperado
Economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima diz que 1º trimestre foi pior que o esperado (economia)

SÃO PAULO

A safra de indicadores do primeiro trimestre divulgada até agora revela um desempenho da economia brasileira pior do que o esperado. Os números ainda apontam para um crescimento, mas são considerados decepcionantes e já levam parte dos economistas a piorar as projeções.
A fraqueza da economia fica evidente em todos os setores da economia: varejo, serviços e indústria. O quadro marca uma inversão das expectativas porque os economistas esperavam que a economia brasileira começaria o ano num ritmo mais acelerado, sobretudo depois do modesto crescimento 2017, quando o Produto Interno Bruto (PIB) avançou apenas 1%.
"O primeiro trimestre foi pior do que o esperado em todos os sentidos. O tom geral é de um desempenho abaixo do esperado", afirma o economista-chefe do ban­co Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. Nos primeiros três me­ses do ano, ele esperava um avanço do PIB superior a 1% na comparação com o último trimestre de 2017. Agora, deve revisar esse número para entre zero e 1%.
O banco Itaú reduziu a projeção de crescimento para o primeiro trimestre de 1% para 0,5%. O ban­co, no entanto, manteve a expectativa de alta de 3% em 2018 e de 3,7% no ano que vem. “Essas projeções supõem alguma reversão dos dados fracos do começo do ano nos próximos meses e, principalmente, a perspectiva de retomada da agenda de reformas à frente", informou o banco em relatório assinado pelo economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.

O que explica a fraqueza
Na avaliação dos economistas, há uma série de razões que explicam o tímido desempenho da economia no primeiro trimestre. O desemprego ainda segue elevado e há queda de trabalhadores com carteira de trabalho assinada, o que inibe a volta com mais força do consumo das famílias.
Além disso, existe a incerteza com o quadro eleitoral deste ano e, consequentemente, com o andamento da agenda de reformas, especialmente na área fiscal, no próximo governo. Sem essa clareza no cenário, as empresas têm optado por postergar parte dos investimentos.
"Toda essa incerteza faz com que as empresas não invistam, mes­mo com os juros num patamar tão baixo", afirma o economista da consultoria GO Associados Luiz Castelli. Atualmente, a taxa básica de juros está em 6,5%, menor patamar de toda a série histórica do BC, iniciada em 1986. "Tudo depende desse futuro político."
Para o primeiro trimestre, Castelli esperava um crescimento entre 0,7% e 0,8%, mas agora deve reduzir esse número para 0,3%.

Mais

Otimismo vira piora

No início do ano, a previsão entre os economistas, assim como as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do próprio governo, é de que a economia brasileira iria crescer com mais força em 2018.
Os economistas estavam mais otimistas em relação ao crescimento econômico do ano, embora ressalvassem que as discussões sobre as reformas econômicas (especialmente a da Previdência) e a possível instabilidade que a
disputa eleitoral poderiam ocasionar no mercado financeiro, podem tornar
o cenário incerto.

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