Segurança

Presidente do Fenapef defende mudanças na estrutura da Segurança Pública do país

Luís Antônio Boudens visitou a redação de O Estado com uma comitiva de membros da PF e participou do ato de posse da direção do sindicato dos policias federais em São Luís

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio de Araújo Boudens, defendeu completa mudança no modelo de investigação criminal e na estrutura da segurança pública do país, durante visita de cortesia a O Estado.

Boudens desembarcou no Maranhão na última sexta-feira para participar do ato de posse da nova diretoria do Sindicato dos Policiais Federais no estado neste sábado. Ele estava acompanhado de Marcus Firme dos Reis, diretor parlamentar da Fenapef; de Luiz Carlos Cavalcante, presidente do Sindicato dos Servidores do Departamento da Polícia Federal do Rio de Janeiro e do deputado federal Aluisio Mendes, que é policial federal de carreira.

Para o presidente da Fenapef, o atual modelo de investigação adotado pelas polícias do país é ultrapassado e já não produz resultados positivos. Ele destacou, por exemplo, que apenas 8% dos homicídios cometidos no país são elucidados. Percentual está abaixo de países como Chile, Paraguai, Argentina e Uruguai.

“Lá em Brasília no Congresso Nacional estamos discutindo mudanças que consideramos necessárias e uma delas diz respeito a esse modelo de investigação. Todos os eventos que já fizemos constatamos a falência desse modelo, que é burocrático, cartorial, que ocupa muita gente e gasta dinheiro demais com papel e não tem efetividade. O Brasil consegue elucidar apenas 8% dos homicídios cometidos. Número muito baixo e que atesta a falência desse modelo”, enfatizou.

Ele também afirmou que a categoria defende como bandeira, a desburocratização de todo o sistema de segurança pública e a integração das polícias. Boudens fundamentou a tese, com o argumento de maior efetividade dos agentes de segurança pública, uma vez que não haveria mais a separação de atividades por natureza específica [prevenção e investigação], realizadas nos estados pela Polícia Militar e Polícia Civil, respectivamente, e diminuição dos gastos de recursos públicos.

Citou também exemplos de polícias efetivas em outros países, e que adotaram esse modelo: a Alemanha foi citada por ele.

“Hoje nós temos nos estados a atuação de duas polícias. A Polícia Militar só vai até um ponto. Depois encaminha toda a papelada para a Polícia Civil. É burocrático e pouco efetivo. A gente tem exemplos em vários lugares do mundo onde uma polícia só faz o ciclo completo. Não há instituições separadas para fazer a prevenção e a investigação”, completou.

O presidente da entidade também defendeu a realização de um concurso público amplo, que atenda a todas as regiões do país, uma vez que há defasagem na PF.

Aluisio Mendes, Marcus Reis e Luiz Cavalcante concordaram com o Boudens.

Saiba Mais

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) e os sindicatos de policiais federais do país também trabalham para que membros da categoria lancem pré-candidaturas para o Congresso Nacional. O objetivo é fortalecer o combate à corrupção e defender a mudança no modelo de segurança pública. Ao todo, segundo Luís Antônio Boudens, a categoria tem cerca de 26 pré-candidatos a deputados federais, senadores e até a deputados estaduais no país. O deputado Aluisio Mendes, que acompanhava a comitiva, é um dos nomes defendidos pela categoria.

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