Tensão

Pyongyang pede que Seul abandone manobras militares

Para a Coreia do Norte, testes elevam o risco de guerra; pedido ocorre dias depois que Seul e Washington concordaram em atrasar suas manobras militares até os jogos de Inverno; Kim Jong-un deixa claro que o ''inimigo'' agora é os EUA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Kim Jong-un deixa claro que o conflito com os EUA se sobrepõe à 'guerra' entre as Coreias
Kim Jong-un deixa claro que o conflito com os EUA se sobrepõe à 'guerra' entre as Coreias (Kim Jong-un deixa claro que o conflito com os EUA se sobrepõe à 'guerra' entre as Coreias)

PYONGYANG - O regime da Coreia do Norte pediu, ontem, para a Coreia do Sul que abandone suas manobras militares com os Estados Unidos, já que considera que estas são "o fator principal" que alimenta a tensão na península coreana e que eleva o risco de guerra.

"Se as autoridades sul-coreanas realmente querem paz, eles devem parar todo tipo de ações militares", afirmou o principal jornal norte-coreano, "Rodong Sinmun". O artigo afirma que as manobras são o principal foco de tensão e levam a Coreia "para uma fase perigosa, onde a situação pode ser imprevisível".

A petição de Pyongyang é uma das reivindicações permanentes do regime a Seul e se espera que seja posta de volta na mesa, quando os dois países retomarem as negociações militares sob o acordo alcançado na terça-feira,9, quando representantes dos dois países se encontraram pela primeira vez em dois anos. As datas das próximas negociações devem ser anunciadas por Seul nesta semana.

A demanda da Coreia do Norte ocorre poucos dias depois que Seul e Washington concordaram em atrasar suas manobras militares anuais até o fim dos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang, o pretexto que desencadeou um momento conciliador entre as duas Coreias.

"Antes de mais nada, devemos aliviar as graves tensões militares entre Norte e Sul e preparar um ambiente pacífico na península", disse o líder norte-coreano, Kim Jong-un, no artigo do "Rodong".

Tensão

O jornal estatal norte-coreano afirma que "a tensão militar leva a um círculo vicioso de confronto" e insiste em que sua supressão "e a eliminação do risco de guerra na península coreana é uma questão importante para a unificação das pessoas e reunificação do país", que precisam realizar sem intervenção.

Neste sentido, o "Rodong Sinmun" ataca os Estados Unidos, assegurando que o país "está constantemente agravando" a situação com o objetivo de alcançar "sua ambição de supremacia mundial".

O texto publicado pelo jornal norte-coreano reafirma ainda a preocupação com que a comunidade internacional encara a surpreendente reaproximação entre as duas Coreias.

Analistas avaliam que, com o crescimento das tensões entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos – apimentadas por trocas de farpas entre Kim Jong-un e Donald Trump –, o 'inimigo' norte-coreano agora é declaradamente outro, e não mais os seus vizinhos do sul. Resta saber como o líder do norte vai usar a reaproximação com Seul a seu favor no confronto com os EUA.

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