Denúncia

Governo Flávio Dino paga R$ 90 mil por mês por hospital fechado em SL

Gastos com reforma de unidade que deveria realizar serviços ortopédicos chegaram a quase R$ 1 milhão sem que nenhum paciente tenha sido atendido desde 2106

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Clínica continua em obra após um ano de contrato
Clínica continua em obra após um ano de contrato

SÃO LUÍS - O governo Flávio Dino (PCdoB) paga, desde agosto de 2016, R$ 90 mil por mês pelo aluguel de um prédio onde deveria funcionar uma clínica materno-infantil, no bairro do Jardim Eldorado, em São Luís. A Clínica Materno-Infantil Eldorado está fechada desde então. Neste período, os cofres públicos já bancaram, fora o aluguel, outros R$ 903.165,56 com reformas. O curioso é que no próprio Extrato do contrato, publicado no Diário Oficial do Estado em 9 de agosto de 2016, constam como se todas as acomodações estivessem prontas e os equipamentos instalados.

O contrato 125.940/2016/SES foi assinado pela Secretaria de Saúde e pela direção da Clínica Materno-Infantil em 2 de agosto de 2016. O contrato tem vigência de 12 meses, prorrogáveis por igual período, até o limite de 60 meses, “incluindo equipamentos e mobiliários”.

Pelo documento, a clínica dispõe de 60 leitos de enfermaria e UTI, 18 dos quais com quatro salas de centro cirúrgico; 10 consultórios médicos equipados para acompanhamento ambulatorial; instalações administrativas; duas recepções; um laboratório, cinco salas de exame; um banco de sangue; 12 leitos com banheiros separados, com canalização de oxigênio e sala de reanimação neonatal; três leitos de recuperação pós-anestésico e estacionamento.

Extrato do contrato do governo
Extrato do contrato do governo

Mesmo com todo esse inventário, o governo comunista decidiu, mesmo assim, realizar reforma da clínica, com prazo que deveria ser de 90 dias, conforme placa no local. Calculando-se os R$ 1.080.000,00 pagos pelos 12 meses de aluguel, mais os R$ 903.165,56 de reforma, o governo já gastou em um ano nada menos que R$ 1.983.165,56 por um prédio que não serviu para nenhum tipo de atendimento no setor de saúde.

A deputada estadual Andrea Murad (PMDB) denunciou na sexta-feira, 11, em suas redes sociais, que Flávio Dino quer transformar a clínica em um hospital de referência em traumas ortopédicos.

“O problema é que a clínica alugada, nunca terá condições para ser uma unidade de referência para os casos de alta complexidade porque não dispõe de estrutura física, infraestrutura, número de leitos, equipamentos como ressonância magnética, tomografia computadorizada e outros necessários ao atendimento exigido nessa área”, ponderou a parlamentar.

A deputada vai fazer denúncia formal para que a Assembleia Legislativa e o Ministério Público investiguem este contrato.

“É necessário que se investigue o real motivo dessa decisão do governador, de alugar por R$ 90 mil mensais, e já ter gasto, num prédio particular, quase R$ 1 milhão na reforma, sem que nesse local se possa, sequer, instalar o tal Hospital de Traumatologia e Ortopedia do Maranhão, como o nome mesmo diz”, frisou.

Em campanha, Dino questionou prática de aluguel

Durante a campanha eleitoral de 2014, o governador Flávio Dino fez um escândalo, com repercussão até nacional, por causa do aluguel de um prédio, no governo anterior, ao custo de R$ 3 mil mensais, onde funcionava um ambulatório para tratamento de câncer. O comunista usou o fato durante a campanha porque o prédio pertencia ao suplente de senador Edinho Lobão (PMDB).

Quando assumiu o governo, em 2015, Dino resolveu pagar por prédios de pessoas ligadas ao seu partido, o PCdoB. O primeiro escândalo veio à tona no início de 2017. Descobriu-se que o governo comunista pagou durante quase dois anos por um prédio pertencente a um comunista e que serviu de comitê de campanha para o PCdoB.

Após o escândalo, Dino admitiu rever o contrato de aluguel com o camarada comunista e devolver o prédio em dezembro deste ano.

O novo escândalo, envolvendo a Clínica Eldorado, também tem os mesmos sintomas do caso anterior, da casa do comunista, no Turu.

A diferença entre os casos do governo anterior e do atual é que, em 2014, o prédio questionado por Dino, de fato abrigava um ambulatório em pleno funcionamento. Os dois prédios pagos pelo comunista, permaneceram fechados, mesmo recebendo aluguel.

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