Matheus Ribeiro fala sobre sexualidade e sobre apresentação do Jornal Nacional
Em entrevista à revista "Veja", jornalista afirmou que "a Globo têm uma mentalidade aberta para valorizar as competências, a despeito de qualquer outra característica".
BRASIL - No próximo sábado (9), Matheus Ribeiro será o primeiro homossexual assumido a estar à frente da bancada do Jornal Nacional. O jornalista, de Goiás, participará do rodízio especial em comemoração aos 50 anos do telejornal mais assistido do país, ao lado de Larissa Pereira, que estará representando a Paraíba.
Matheus Ribeiro, de apenas 26 anos, concedeu uma entrevista à revista "Veja" e contou se pensava que ao assumir sua sexualidade iria atrapalhar sua carreira na TV.
"Lá atrás, tinha receio de que, quando essa característica viesse a público, eu me prejudicasse. Felizmente, para minha grata surpresa, isso não ocorreu. A TV Anhanguera, onde trabalho, e a Globo têm uma mentalidade aberta para valorizar as competências, a despeito de qualquer outra característica. A maior contribuição que posso trazer é mostrar meu trabalho sem me prender a essa questão pessoal. Para combater a homofobia, não preciso ser hétero nem gay: preciso ser apenas humano", afirmou.
Matheus assumiu seu relacionamento há pouco tempo. O jornalista compartilhou uma foto ao lado do namorado, Yuri Piazzarollo, capitão da PM em Rondônia, e revelou que está com ele há 8 meses.
"Sim, estamos juntos há oito meses. Nós nos conhecemos no Carnaval de Salvador deste ano. Yuri (Piazzarollo) é capitão da PM em Rondônia. Sempre recebi mensagens de seguidores falando sobre isso e tinha uma resposta pronta: minha vida particular não deveria ser um atrativo. Tenho o direito de me resguardar em algumas situações. Meu lado pessoal é pessoal, e ponto. O lado profissional é outra coisa", explicou.
O jornalista, que apresenta diariamente o Jornal Anhanguera, contou que sofreu bullying na escola por já ter sido gordo e que ainda carrega alguns traumas daquela época.
"Tenho uma história de vida que me faz brigar muito com a autoestima e a aparência. Fui obeso quando era criança e adolescente. Cheguei a pesar 110 quilos. Os colegas de escola me chamavam de 'Boleus' (junção de “bola” e “Matheus”). Eu não era muito de sorrir, era tímido. Ainda tenho dificuldades para me achar bonito. É curioso essas pessoas que praticaram bullying comigo, na escola e na internet, me verem agora no JN", finalizou.
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