Cultura

Artista diz que ruas devem ser espaço comum, democrático e de manifestações

Produtor cultural também faz duras críticas ao se referir aos espaços “artificiais” como sinônimos de segurança.

Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h21
O artista Pernambucano Roger de Renor dá entrevista ao programa Conversa com Rosean Kennedy.
O artista Pernambucano Roger de Renor dá entrevista ao programa Conversa com Rosean Kennedy. (Foto: Reprodução)

BRASIL - O dançarino de balé popular do Recife, Roger de Renor, é o entrevistado do programa Conversa com Rosean Kennedy que vai ao ar na próxima segunda-feira (27), às 21h30, na TV Brasil. Ele tem importante trajetória na cena cultural brasileira e várias décadas dedicadas às artes.

O pernambucano já trabalhou em gravadora, foi dançarino do balé popular do Recife e teve seu nome imortalizado na música Macô, de Chico Science. Roger também foi dono do bar Soparia, onde se encontravam grandes nomes do movimento manguebeat, como Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e Mestre Ambrósio. O movimento tornou-se referência na descentralização da produção cultural do país.

Idealizador do programa Som na Rural, Roger transforma um modelo Ford antigo em veículo sonoro itinerante, para levar música de todas as vertentes ao público nas ruas. O programa, que já teve temporadas na TV Brasil, está em nova fase. “A gente tá preparando uma nova temporada pra continuar essa ponte e essa missão da TV pública: mostrar a diversidade da música do Brasil. Acho que a maior vontade do brasileiro é se descobrir como país, como identidade dentro das suas diferenças”.

Roger é um defensor da ocupação dos espaços públicos e acredita que as ruas devem ser um espaço comum, democrático, local de encontros e e também um ambiente para as manifestações artísticas. Ele comenta a insegurança que existe em relação ao espaço urbano. “As ruas são seguras, a gente observa isso. A gente faz parte desse movimento, que mostra isso para as pessoas na prática. As ruas são inseguras quando estão desertas. Se a gente está nas ruas, a gente é a nossa segurança. Não é a polícia que vai fazer a segurança, são as pessoas sendo a maioria nas ruas”.

O produtor cultural também faz duras críticas ao se referir aos espaços “artificiais” como sinônimos de segurança. “Às vezes, o sistema quer mostrar que o barato é o shopping centerporque é seguro. Então, a gente ouve absurdos... edifícios que vendem apartamentos que tem playground, churrasqueira, academia e tem passagem exclusiva para o shopping. Então, o Som na Rural trabalha isso. Outros lugares também trabalham, independentemente de ser um carro ou não, trabalham movimentos que chamam as pessoas para fazer uso dos lugares”.

Roger defende ainda que a cidade seja um local para encontros e trocas entre grupos sociais. Um espaço de convívio e compartilhamento artístico. “As pessoas querem os espaços públicos para as suas manifestações culturais, com todas as influências, todas as suas invenções e reinvenções. E isso é muito bonito”.

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