Sua saúde

Perda auditiva pode levar idoso à depressão

Apoio da família para procurar tratamento ajuda a evitar o isolamento social.

Divulgação

Atualizada em 27/03/2022 às 11h29
(Reprodução)

Com o avançar da idade diversos males começam a afetar as pessoas e um dos piores é a perda auditiva. Além de impedir que os idosos ouçam os sons da vida, a deficiência pode isolá-lo da família, dos amigos e até criar dificuldades no ambiente de trabalho.

A população idosa vem crescendo no Brasil. Em 2020 o país deverá ter 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos e a dificuldade de ouvir atingirá grande parte dos indivíduos nessa faixa etária. A deficiência auditiva, com o decorrer do tempo, pode levar ao isolamento social progressivo e à depressão, principalmente se a pessoa também tiver outras limitações funcionais, como dificuldades para andar.

É preciso saber envelhecer e os avanços médicos e tecnológicos favorecem o aumento da longevidade e da qualidade de vida. “Cuidar da saúde auditiva é tão importante quanto cuidar do resto do corpo, pois uma boa audição traz mais alegria de viver. E, na área auditiva, a tecnologia surge como uma grande aliada do deficiente auditivo. O uso de aparelhos auditivos, cada vez mais tecnológicos e com design muito atrativo, proporciona uma audição mais natural, resultando em melhorias significativas na qualidade de vida do idoso", afirma a fonoaudióloga Isabela Papera.

A imensa maioria dos pacientes demora vários anos para procurar ajuda médica e tratar da dificuldade de ouvir. Este fato ocorre, em parte, devido ao início lento da perda auditiva. Segundo especialistas, muitas pessoas já experimentam algum grau de perda auditiva já a partir dos 40 anos, por causa do envelhecimento natural do corpo. O processo é diferente em cada um, mas aproximadamente uma em cada dez pessoas nesta faixa etária passa por esse problema. Depois dos 65 anos, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, tende a ser mais severa. A hereditariedade e a exposição frequente a ruídos altos, ao longo da vida, também são fatores que contribuem para a perda de audição na terceira idade.

A principal evidência de que há algo errado com a audição é a dificuldade para se entender uma conversa ou ouvir um programa da TV, por exemplo. O zumbido no ouvido também pode ser um sinal de dano auditivo. Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, melhor. A fonoaudióloga da Telex recomenda que ao surgir o primeiro sinal, o indivíduo faça uma avaliação chamada audiometria. É este exame que revela se o paciente já tem perda auditiva e como deve proceder, a partir daí, para evitar o agravamento do problema.

“Para os cuidadores, familiares e idosos, o aviso é claro: prestem atenção à perda de audição. Infelizmente, a maioria dos indivíduos procura atendimento médico cinco, dez ou até 20 anos depois dos primeiros sinais de dificuldades para ouvir. Isso significa que os anos se passam e as consequências da deficiência auditiva se agravam, sem intervenções que possam fazer a diferença, inclusive, no âmbito cognitivo do idoso. Quando as pessoas têm dificuldade em compreender o que alguém está dizendo, como é comum numa idade mais avançada, muitas vezes elas deixam de aceitar convites para jantares ou festas, deixam de assistir a shows ou palestras, não comparecem mais a eventos familiares. Com o tempo, esse retraimento social pode levar à completa ausência de relacionamentos significativos e de atividades que são fundamentais para que os idosos se sintam importantes socialmente”, esclarece a fonoaudióloga, que é especialista em audiologia.

A família também tem papel fundamental nesse processo de descoberta e tratamento. É muito frequente os familiares injustamente descreverem o idoso portador de deficiência auditiva como confuso, desorientado, distraído, não colaborador e zangado. Esses comentários acabam por afastar os deficientes auditivos do convívio em sociedade, podendo acarretar tristeza, depressão e até demência. Portanto, é de extrema importância que os familiares e amigos incentivem o idoso a procurar ajuda de um especialista.

“O apoio da família é essencial para que o idoso resgate a sua autoestima. Falar sobre deficiência auditiva não é fácil, por causa da resistência que as pessoas têm em admitir a perda auditiva. Conversar sobre a situação é a melhor opção que temos mas, muitas vezes, existe o constrangimento da família e do idoso e o assunto acaba ficando esquecido”, explica Isabela.

Cabe ao otorrinolaringologista indicar o melhor tratamento e, aos fonoaudiólogos, identificar o nível e o grau de perda auditiva do paciente. Na maioria dos casos, podemos indicar o uso de aparelhos auditivos. As próteses ajudam a resgatar os sons da vida e a manter uma boa comunicação em casa, no trabalho ou no convívio social. Atualmente os aparelhos são discretos, com tecnologia totalmente diferente do que aqueles de dez, quinze, vinte anos atrás. Há uma grande variedade de modelos e para os mais variados graus de perda auditiva.

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