A discussão sobre os impactos psicológicos em pacientes com câncer de próstata a princípio parece irrelevante, diante de um problema de saúde bastante sério. Porém a questão emocional é importante e deve ser considerada no tratamento de qualquer doença, e não seria diferente nesse caso.
Mas quais são os reais motivos que amedrontam tanto os homens? A psicóloga Simone Matias, especialista em terapia cognitiva, fala sobre os traumas e preconceitos masculinos que permeiam o exame e a doença de próstata.
Está estabelecido socioculturalmente que a essência da virilidade no homem é a ereção, bem como seu desempenho sexual. Isso tem gerado na população masculina que obtém o diagnóstico positivo do câncer, o fantasma da impotência sexual e consequente diminuição da auto-estima; podendo levar inclusive à quadros depressivos e ansiosos.
“Há que se conscientizar de que a disfunção sexual tende a ser momentânea e reversível. A tristeza, a ansiedade ou de modo geral, a desestruturação do aspecto psíquico é que pode acabar desencadeando ou contribuindo para o agravamento de uma possível disfunção erétil; às vezes muito mais do que a própria doença em si. Por isso, é tão fundamental que os pacientes recebam um tratamento multidisciplinar; onde todos os aspectos são considerados, os físicos, emocionais, familiares e até mesmo culturais.”, alerta a doutora.
A falta de acompanhamento ou tratamento é que de fato podem interferir na vida sexual. Em estágio inicial os resultados são ainda mais otimistas, por isso é primordial que os homens façam regularmente os exames.
Nos casos em que a cirurgia se faz necessária, a ejaculação é algo escasso, pois as vesículas de sêmem que a produzem são removidas, mas o orgasmo não é comprometido. Essa recuperação da atividade sexual é um fator muito importante na vida dos pacientes acometidos pelo câncer de próstata. Todos os profissionais envolvidos devem auxiliar o paciente à compreender as modificações que forem causadas e também prepará-lo à lidar com o assunto de modo saudável.
“São muitos fatores que podem ser investigados e trabalhados no tratamento psicológico acerca da sexualidade de pacientes com tal diagnóstico. Cada indivíduo é único e irá encarar a situação de uma determinada forma; por isso o trabalho do psicólogo é específico e singular com cada paciente”, conclui a psicóloga.
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