Papa decreta volta da missa em latim

Atualizada em 27/03/2022 às 13h59

VATICANO - O "motu proprio" (decreto papal) facilitando a celebração da missa em latim deve ser publicado neste sábado após dez meses de suspense, numa medida que visa a limar as diferenças com os católicos ultraconservadores, mas que inquieta os católicos modernos.

A assessoria de Bento XVI afirmou que esta decisão do papa representa um "gesto pastoral" destinado à reconciliação do Vaticano com os fundamentalistas que se mantiveram fiéis ao ritual antigo.

Desde o Concílio Vaticano II (1962-1965), a missa "oficial" estabelecida por Paulo VI deve ser realizada no idioma do país em questão. A antiga missa de São Pio V, de ritual tridentino (em referência ao Concílio de Trento de 1545-1563) e em latim, não era proibida, mas sua celebração devia ser submetida à autorização da arquidiocese.

Com o "motu proprio", os fiéis podem pedir a missa tridentina ao pároco, sem mais necessidade de se dirigir ao bispo. Tudo isso poderia parecer secundário, mas a volta da missa em latim contraria a maioria de católicos. Segundo uma pesquisa recente da TNS-Sofres para a revista francesa Le Pélerin, 65% dos católicos praticantes se opõem e 29% estão satisfeitos.

Na manhã deste sábado, em Paris (França), o cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordeaux e presidente da Conferência dos Bispos da França (CEF), deve explicar à imprensa o decreto papal com a carta de acompanhamento. Os bispos vão por sua vez falar ao padres de suas dioceses e a suas ovelhas, na perspectiva de entrada em vigor do decreto no dia 14 de setembro.

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