O Papódromo, construído no Aterro do Bacanga para a visita do papa João Paulo II a São Luís, em 1991, será revitalizado pela Arquidiocese de São Luís. O anúncio foi feito na manhã de ontem, durante a I Caminhada do Terço dos Homens, que saiu da Praça Maria Aragão e seguiu até o local, onde o arcebispo de São Luís, dom José Belisário, celebrou missa campal. No local, será construído o Santuário da Mãe Rainha. Durante sua visita à capital, João Paulo II, que foi canonizado pelo Vaticano em abril deste ano, celebrou missa para 500 mil pessoas.
A I Caminhada do Terço dos Homens foi realizada pela Coordenação Regional Nordeste V do grupo. A concentração começou às 6h30, na Praça Maria Aragão. Reunidos, os participantes cantaram louvores e fizeram orações. Por volta das 8h, a caminhada saiu da praça e seguiu pela Avenida Beira-Mar até chegar ao Papódromo, onde dom Belisário já os aguardava para a celebração. “Esse é o nosso primeiro gesto de reaproximação do local com a finalidade para a qual ele foi construído, que é a celebração religiosa”, disse o arcebispo de São Luís.
Durante o ato, o coordenador regional do Terço dos Homens no Maranhão, José Ribamar Veloso, anunciou que o Papódromo será revitalizado. “Iremos revitalizar o Papódromo com a construção do Santuário da Mãe Rainha, para que ele volte a abrigar celebrações religiosas. As obras devem começar ainda este ano. Os recursos são da Arquidiocese de São Luís”, explicou.
Dom Belisário criticou o atual estado do monumento. “O Papódromo está abandonado e, por isso, não está em uso, mas podemos perceber que se trata de uma construção bem feita, pois a estrutura ainda está resguardada, apesar da ação do tempo e do vandalismo que sofreu nestes poucos mais de 20 anos. Por isso, é importante revitalizá-lo”, afirmou.
Descaso - O local onde o altar papal foi construído era um anfiteatro idealizado pela arquiteta Fernanda Andrade especialmente para a visita de João Paulo II, por isso, mais tarde, o ponto passou a ser conhecido como papódromo. O projeto previa que, após a visita do pontífice, o local serviria para a realização de eventos culturais. Mas hoje, pouco mais de 22 anos depois, o monumento está deteriorado, assim como sua área adjacente, que foi invadida por famílias sem-teto e serve de esconderijo para usuário de drogas.
Pouca coisa sobrou da estrutura metálica construída à época. A depredação foi tamanha que até as cadeiras foram arrancadas e a cobertura não existe mais. Sem serviço de conservação e limpeza, o mato ao redor cresceu. Apenas as rampas laterais ainda resistem ao tempo, embora com rachaduras e em péssimo estado. Ao redor do Papódromo, uma série de bares foi construída.
Em julho de 2007, a Igreja Católica, com a colaboração de fiéis, negociou a cessão do terreno com o Governo do Estado para começar a elaboração de um projeto para a construção do Memorial João Paulo II. A solicitação da área ao Estado foi feita pelo coordenador da comissão multiparoquial da Igreja à época, Emílio José Guimarães Vellozo. O memorial visava resgatar o momento da visita do papa à capital. O pedido foi enviado ao Executivo no início daquele ano e foram realizadas reuniões com o então governador do Estado, José Reinaldo Tavares, para que fosse agilizada a transferência da posse do terreno, mas nem uma resposta foi dada à época.
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Na manhã do dia 14 de outubro de 1991, uma segunda-feira, o papa João Paulo II celebrou uma missa especial para cerca de 500 mil pessoas durante duas horas e meia no Papódromo construído no Aterro do Bacanga. João Paulo II foi o único papa da história a visitar o Maranhão. Em sua segunda viagem ao Brasil, o pontífice passou nove dias visitando nove capitais. Em São Luís, ele se hospedou no Centro de Formação de Líderes, no Seminário Santo Antônio.
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