Saúde

Hepatite B tem altos índices em São Luís

A pesquisa, encomendada pelo Ministério da Saúde, foi realizada no ano passado.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h50

SÃO LUÍS - Até o ano passado, a capital maranhense, conforme o Ministério da Saúde, era uma das capitais com menor cobertura vacinal para Hepatite B em crianças de até 1 ano em todo o país. Conforme dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), de 2007 a 2009 foram notificados 7.309 casos de hepatite em todos os seus tipos no estado. Com o intuito de definir diretrizes para ampliar os métodos de identificação e controlar o avanço da doença no estado, foi iniciada ontem e se estende até hoje, no Hotel Calhau, a Reunião de Coordenadores Municipais de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)/Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (Aids) e Hepatites Virais e Oficina de Monitoramento do Posto de Atendimento Médico (PAM).

De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Hepatites Virais, Genildo Cardoso, São Luís é a cidade com maiores índices de Hepatite B no Maranhão. Um dos suportes para a constatação é uma pesquisa, encomendada pelo Ministério da Saúde, realizada no ano passado pela Santa Casa de São Paulo e o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), que mostrou a capital maranhense como uma das que tem as menores coberturas vacinais em crianças de até 1 ano, em Hepatite B. Com 82% de abrangência, São Luís está à frente de Macapá, com 69,7%, Campo Grande, com 73,4%, Manaus, com 76% e Boa Vista, com 81,6% de cobertura, mas fica atrás de capitais como João Pessoa (83%), Rio de Janeiro (83,4%) e Salvador (83,6%). O estudo foi realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal com 17.749 crianças de 18 a 30 meses de todas as camadas sociais.

Para Genildo Cardoso, algumas medidas que podem reduzir os índices na capital são: saneamento básico, consumir alimentos somente se estiverem bem lavados, no caso das hepatites A e E. Nas hepatites B, C, D e G, as medidas são não compartilhar objetos de uso pessoal e ter cuidado com a transmissão por meio de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados. Já a hepatite F é causada por partícula viral detectada em pacientes submetidos a transplantes hepáticos. "Aqui, uma das referências no tratamento da hepatite é o Hospital Presidente Dutra", indicou Genildo Cardoso.

Alarmante - No Maranhão, a situação também é alarmante. A maior incidência é de Hepatite A, com 1.992 registros. Já a Hepatite B tem 659 casos e a Hepatite C, 353 registros. No estado, assim como nas outras regiões do Nordeste, o inquérito de prevalência é considerado aceitável para Hepatite A, de 32% a 38% em menores de 10 anos, 0,9% a 1,9% para Hepatite C e 0,11% a 0,74% para Hepatite B. "É uma situação muito preocupante. O aparecimento da hepatite típica da região amazônica, a D, é outra grande preocupação", considerou Genildo Cardoso.

Para ter acesso aos métodos de melhor identificação da doença, foi discutida ontem, na Reunião de Coordenadores Municipais de DST/Aids e Hepatites Virais e Oficina de Monitoramento do Posto de Atendimento Médico (PAM), a ampliação da seleção nos Centros de Triagem Anônima (CTAs), acrescentando aos testes de Vírus de Imunodeficiência Humana (HIV) os de hepatite. "Temos a finalidade de avaliar o comportamento em relação à hepatite no estado. Isso é muito importante para detectar novos casos. Para isso, precisamos dar assistência aos portadores", afirmou Genildo Cardoso.

Na reunião, estiveram presentes representantes dos municípios maranhenses que têm mais casos de hepatite e onde funcionam CTAs. Foram convidados representantes de São Luís, São José de Ribamar, Pinheiro, Santa Inês, Pedreiras, Coroatá, Caxias, Codó, Timon, Imperatriz, Açailândia, Balsas e Bacabal. "Faremos essa integralidade para diminuir a dificuldade nos resultados. Ainda existe negligência, apesar de ser uma doença universal", relatou Genildo Cardoso.

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