Debates

Questões ambientais foram discutidas em semana de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia

O tema foi um dos discutidos na Semana Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, encerrada ontem.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h53

SÃO LUÍS - Compatibilizar desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental e eliminar as desigualdades regionais foram a questões centrais da Semana Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia encerrada ontem na Assembleia Legislativa do Maranhão.

A semana foi idealizada pelos deputados estaduais Antonio Bacelar (PV), presidente da Comissão Parlamentar Permanente de Meio Ambiente, Minas e Energia, e Alberto Franco (PMDB), presidente da Comissão Parlamentar Permanente de Educação Ciência e Tecnologia. “Vivemos um momento ímpar na história do Maranhão. Um momento no qual toda a sociedade está integrada discutindo ações de melhora da qualidade de vida do povo e de um novo modelo de desenvolvimento socioambiental”, declarou Antônio Bacelar.

No encerramento, ontem, o deputado federal Gastão Vieira debateu os “30 anos do Projeto Grande Carajás”. A Semana de Meio Ambiente foi promovida em parceria com empresas de iniciativa privada, e debateu temas como a questão portuária, mudanças climáticas, grandes projetos industriais e suas tecnologias limpas, reestruturação dos sistemas públicos ambientais, política de saneamento e de resíduos sólidos, ciência e tecnologias ambientais, combustíveis limpos e gestão de recursos hídricos.

“Com o momento pós-crise, o Maranhão se torna foco da atenção de investidores multinacionais e palco de grandes empreendimentos de grande impacto socioambiental. É uma forma de chamar a atenção da sociedade e autoridades de poderes constituídos para temas atuais que envolvem o nosso estado”, afirmou Alberto Franco.

O secretário estadual de Meio Ambiente, Washington Rio Branco, elogiou a iniciativa da Assembléia Legislativa de realizar um grande fórum de discussões sobre a preservação do meio ambiente do Estado. “A Assembléia Legislativa está de parabéns. A questão ambiental diz respeito a todos nós. Durante esse encontro, discutimos e propomos novas alternativas para minorar os impactos ambientais diante dos empreendimentos industriais que se instalam no estado”, disse o titular da Sema.

Licenciamento

Ex-secretário estadual de Meio Ambiente, o ambientalista Márcio Mendonça defendeu maior rigor no que diz respeito à concessão de licenciamentos em Áreas de Proteção Ambiental (APA), além de um novo modelo de gerenciamento dos Fundos Municipais e Estaduais de Meio Ambiente.

“Os Conselhos e os Fundos não podem ser tutelares. Ou seja, não devem ser comandados exclusivamente pelo gestor público representante da Prefeitura ou do governo estadual. É preciso rever este modelo como forma de beneficiar todos os agentes envolvidos com setor do meio ambiente”, defendeu.

Numa palestra sobre Educação Ambiental, a professora Flávia Mochel, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), disse que o tema é ainda tratado como algo mecânico. “É importante que reflitamos sobre este assunto. O conteúdo de Educação Ambiental não é tudo. A sociedade precisa refletir e começar a trabalhar ações práticas”, assegurou.

Clima e mar

Num debate sobre “Águas de Lastro e Plano de Contigência da Baía de São Marcos”, o professor da UFMA Marco Valério Cutrim afirmou que não existe ainda alternativas para o manejo da água de lastro (água do mar captada pelo navio para garantir a segurança operacional e sua estabilidade) que é jogada pelos navios na Baía de São Marcos.

O professor afirmou que ainda não há uma solução para o problema. Ele defendeu que entre as possíveis sugestões foram destacadas: o isolamento da água (tratamento em terra) e a instalação de sensores eletrônicos na baía.

A professora Sandra Maria de Oliveira Sá fez uma abordagem científica das mudanças do clima, citando as principais causas, tanto naturais como antropogênicas – que consiste no aumento dos gases de efeito estufa, desmatamentos, redução do estoque do carbono, poluição atmosférica, entre outros fatores.

Encontro debateu políticas ambientais para a Ilha

Durante a Semana Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, foi realizado o 1º Encontro Metropolitano Geoambiental da Grande São Luís, na quarta-feira, na cidade balneária de São José de Ribamar.

“O debate foi de grande importância. Participaram gestores públicos da Grande Ilha e de cidades próximas à área onde será implantada a refinaria Premium. Todos deram as suas sugestões para que, juntos, possamos criar e executar políticas ambientais comuns e integradas”, avaliou o presidente da Comissão de Meio Ambiente da AL, deputado Antônio Bacelar (PV).

Segundo o prefeito ribamarense, Luís Fernando Silva, o passo inicial para se construir uma política ambiental forte e eficiente deve ser dado pelo município, pr meio de ferramentas como Plano Diretor e uma legislação ambiental própria. Vale ressaltar que São José de Ribamar está entre os quatro únicos municípios do Maranhão que dispõem de legislação ambiental própria.

“Debater políticas públicas compartilhadas no setor do meio ambiente é de suma importância, visto que dezenas de cidades maranhenses, inclusive as localizadas na Grande Ilha, vão sofrer os impactos da instalação da refinaria Premium, por exemplo. E todas essas cidades devem se preparar para esse momento”, disse o prefeito de Bacabeira, José Venâncio Filho (DEM).

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