Educação

ONG quer implantar projeto para combater bullying no Maranhão

Pesquisa realizada pela ONG Plan identificou a prática de violência em escolas da rede pública.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 12h55

SÃO LUÍS - Uma pesquisa realizada pela Organização Não Governamental (ONG) Plan com 5.168 alunos de cinco Estados brasileiros serviu para traçar um perfil dos estudantes e as principais causas do bullying (termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender).

O Maranhão também participou da análise em que foram ouvidos 1.033 estudantes. Com o resultado da indagação em mãos, a ONG quer implantar nas escolas maranhenses um projeto para combater esse tipo de prática dentro das escolas da rede pública.

A escritora paulista Cléo Fante, autora de dois livros sobre o assunto “Fenômeno Bullying", de 2005, e "Bullying Escolar", o mais recente deles, esteve no Maranhão semana passada como consultora do programa que vai combater o problema nas escolas. Ela destacou os problemas que este tipo de violência acarreta.

- Muitas vezes o bullying resulta em lesões corporais e danos morais, psicológicos, causando uma série de prejuízos que incidem diretamente na aprendizagem, queda na concentração, perda de rendimento, dificuldade de acompanhamento e na evasão escolar, porque se a criança vem para a escola com medo ela não permanece - explicou a especialista.

O nome do programa assessorado pela escritora é “Educar para a Paz” e está sendo lançado, simultaneamente, nos quatros Estados onde a pesquisa foi realizada: Maranhão, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, onde a pesquisa também ocorreu. No Maranhão, oito escolas serão beneficiadas pelo projeto. As unidades estão localizadas em São José de Ribamar, São Luís, Codó e Timbiras.

“É uma proposta integrada de ações dentro da própria escola que envolve funcionários, professores, alunos e pais destes alunos para que se possa trabalhar contra o bullying não somente como uma forma de reação, mas também de maneira preventiva”, disse o assessor nacional de pesquisa e avaliação da Plan, Tarcísio Silva.

Oficinas de capacitação para toda a comunidade escolar já estão programadas para estas cidades. Os envolvidos aprenderão a identificar o bullying e combatê-lo. Quem já viu a proposta está animado.

“É um trabalho conjunto. Vamos trabalhar com os professores, os pais dos alunos, diretores e coordenadores. Todos aqueles que fazem parte da comunidade escolar estarão envolvidos neste projeto”, concluiu a professora timbirense Raimunda Oliveira

Outras pesquisas realizadas no Brasil e e em outros países indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que um deficiente em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre subordinados podem ser fatores de risco em particular.

Estudos adicionais têm mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática do bullying, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que sugira que os bullies sofram de qualquer déficit de auto-estima.

Violência

- O bulliying escolar é uma forma específica de violência que se mostra de várias formas. Pode ser um apelido, a discriminação por causa da obesidade ou até mesmo a violência física ainda que moderada.

- O que o caracteriza é a repetição, o constrangimento diário que deixa seqüelas psicológicas, às vezes irreversíveis.

- Sobre a aplicação da pesquisa: 70% responderam que já presenciaram formas de maus-tratos na escola; 30% disseram que já tiveram contato direto com o bullying – na seguinte proporção:

10% como agressores

10% como vítimas

Os 10% restantes tanto como vítimas, quanto como agressores.

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