Assembleia

'Crise no Senado tem conotação política', criticou deputado

Imirante

Atualizada em 27/03/2022 às 13h14

SÃO LUÍS - O deputado Joaquim Haickel (PMDB) criticou duramente nesta quarta-feira (1º), em discurso na Assembleia Legislativa, a decisão da bancada do DEM de propor o afastamento do senador José Sarney (PMDB) da Presidência do Senado. Segundo ele, a crise vivida pela instituição é motivada pela disputa política que envolve o PSDB e o PT em torno da sucessão presidencial de 2010.

“Se eu fosse jornalista, esse seria o título da matéria: ‘Caiu a máscara’. O DEM ontem deu a senha para o que está acontecendo no Senado Federal. Estão tentando destruir o Poder Legislativo na sua Câmara alta, em nome de uma disputa política”, enfatizou Joaquim Haickel.

O deputado acrescentou que o PSDB viu a possibilidade de enfraquecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua candidata Dilma Rousseff, por isso resolveu torpedear o presidente do Senado, que detém o controle de uma boa parte do PMDB. “Em coligação com o PT, ou mesmo apenas em apoio político, o PMDB certamente elegerá a candidata do PT à Presidência da República”, enfatizou.

Joaquim Haickel disse que enquanto a questão ficasse no âmbito no PSDB, estava claro que a crise era uma pequena disputa de poder no Senado, liderada pelo senador Arthur Virgílio, definido pelo deputado como “um recalcado desde os tempos da Assembleia Nacional Constituinte, sem a menor capacidade de articulação e sem a menor simpatia interna no Senado, que vociferava contra o ex-presidente José Sarney”.

O peemedebista reconheceu que há coisas que tem devem ser realmente apuradas - como os atos secretos - independente de quem sejam os responsáveis. “Essas coisas têm que ser passadas a limpo sim, mas não a atropelando e destruindo a figura do homem que nos levou à democracia. Não por benevolência sua, mas era o homem que estava naquele lugar naquele momento histórico. Foram as suas veias, os seus músculos, a sua tenacidade que nos propiciou essa travessia segura como parlamentar desde 1982”, enfatizou o deputado, referindo-se a Sarney.

Joaquim Haickel ressaltou não concordar com os desmandos que se perpetuaram no Senado, mas considerou injusto descarregar as culpas sobre Sarney: “É uma das grandes injustiças que nós cometemos hoje em nosso país, e cometemos principalmente por falta de coragem do Poder Legislativo, de todos os poderes legislativos, das Câmaras de Vereadores passando pelas Assembleias Legislativas, pelas Câmaras dos Deputados e pelo Senado Federal”.

Na opinião do deputado, falta coragem para assumir o verdadeiro papel do Legislativo. Para ele, o parlamento se cala e prejudica a si mesmo, à sua imagem. Ele concluiu que a crise no Senado é uma execração pública, a crucificação de um Poder que atende aos interesses de alguns.

“Só aos falsos, aos hipócritas pode valer e ser necessária a desmoralização do Poder Legislativo. E quem mais que José Sarney pode simbolizar esse Poder, que foi uma vez deputado federal e quatro vezes senador? Pode quem quiser discordar dele, mas tem que respeitá-lo pelo grande serviço que prestou não só ao estado do Maranhão, mas ao Brasil”, recordou o parlamentar.

Joaquim Haickel concluiu seu discurso afirmando que o que está acontecendo em Brasília é a tentativa democrática de golpe em relação ao presidente Lula. “E como é difícil atingir o presidente, é mais fácil atingir Sarney, que está imóvel na sua cadeira de magistrado do Senado, recebendo todos os torpedos que são direcionados ao Poder e muito menos a ele”, analisou.

Fonte: Ascom/AL-MA

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