SÃO LUÍS – Uma oportunidade para mudar o rumo das vidas de três jovens. Os maranhenses Gabriel Neris e Sidney Junior, além do goiano Giovanni Trevisan estão prestes a realizar um sonho: jogar nos Estados Unidos. A partir do ano que vem, o trio – que atua no São Luís Sharks, principal time de futebol americano do Maranhão – vai atuar na liga norte-americana. Os três atletas foram convidados a disputar uma temporada no Florida Falcons, time semiprofissional dos Estados Unidos. Uma oportunidade e tanto para quem sonha em chegar à tão cobiçada NFL (National Football League).

Os três jogadores do Sharks viajam para os Estados Unidos em meados de janeiro e fevereiro. Na bagagem, além dos sonhos, o trio leva histórias diferentes de como o futebol americano tornou-se parte essencial em suas vidas.

Nascido em Goiânia, Giovanni Trevisan começou na modalidade aos 14 anos. Na época, morava em Cuiabá. Após algumas temporadas no Cuiabá Arsenal, teve a oportunidade de jogar nos Estados Unidos, na St Morris High Scholl. Na terra do Tio Sam, passou um ano inteiro antes de vim para o Maranhão, onde ajudou a mudar o status do futebol americano em São Luís.

Na capital maranhense, Trevisan conheceu Sidney Junior e Gabriel Neris. Juntos no São Luís Shaks, o trio se destacava a cada competição. A modalidade crescia no Estado, e os resultados dos Sharks impressionavam equipes do país inteiro. Os anos dedicados ao futebol americano transformaram Trevisan em técnico do time maranhense. “O futebol americano é um esporte sensacional, muito estratégico, muito dinâmico”, conta.

Do soccer para o football

E o dinamismo do jogo ultrapassou os limites do campo. Que o diga Sidney Junior. Mais velho do trio que irá para os Estados Unidos jogar pelo Florida Falcons, Sidão, como é conhecido, trocou o futebol de campo (soccer) pelo futebol americano (football).

Aos 17 anos, Sidão havia acabado de se tornar jogador profissional de futebol. Jogava, à época, no Itabuna, time do interior da Bahia. Com o time baiano, o então zagueiro disputou a Copa São Paulo, onde acabou machucando. O rompimento do ligamento cruzado do joelho naquele torneio mudaria a sua vida.

“Eu me machuquei na competição. Rompi o ligamento cruzado do joelho. Mesmo assim, tentei continuar jogando mesmo sabendo da minha lesão. Eu era ciente da minha lesão. A comissão técnica, os médicos, os fisioterapeutas sabiam do meu problema e eu optei em não voltar [para São Luís] porque, para mim, seria retrocesso naquela situação. Se eu operasse, eu perderia uma temporada que eu havia acabado de me tornar profissional. Acabei forçando demais naquela temporada. Tomava medicamento todo treino, todo jogo. Então, ao fim da temporada, retornei para São Luís para férias e operei o joelho. Depois de um ano parado, foi batendo o desanimo”, explica.

Um ano após a cirurgia, Sidão passou no vestibular para Engenharia Mecânica e deu prioridade aos estudos. O futebol havia ficado no passado. O futebol ficou para trás, mas não o esporte. Foi então que surgiu o futebol americano em sua vida e, agora, a oportunidade de, quem sabe, fazer sucesso com a bola oval nos Estados Unidos.

“Essa troca não foi opcional, foi condicional. Eu acompanhava o futebol americano somente pela televisão e, agora, encaro como a oportunidade da minha vida no sentido esportivo. É um presente de Deus. Sei que vamos encontrar grandes dificuldades”, revelou.

Paixão à primeira vista

O mais novo da turma é Gabriel Neris. Com apenas 20 anos, este jovem maranhense está ansioso com a chance de jogar futebol americano nos Estados Unidos. A oportunidade jogar em um time semiprofissional pode parecer algo pequeno se comparado à situação do futebol de campo no Brasil. No entanto, ir para a “casa” do football significa uma chance de ouro para se tornar profissional.

Como o futebol americano é uma paixão nacional nos Estados Unidos, muita gente, mas muita gente mesmo acompanha as ligas semiprofissionais e universitárias. Ou seja, tendo destaque com os Falcons, Neris poderá ter a chance de ir para a liga universitária e, consequentemente, chegar a uma NFL. Por isso, os seis primeiros meses de 2017 serão fundamentais nesta trajetória.

Para quem começou a gostar do esporte jogando pelo celular, ter uma chance na terra do futebol americano é algo indescritível. “Jogava futebol americano pelo celular e eu assistia pela televisão. Sempre gostei de praticar esportes e, por meio de uma amiga, fui atrás do futebol americano. Foi paixão a primeira vista. Eu entrei no esporte e já vi que aquilo era para mim. Vamos jogar em um time semiprofissional durante seis meses. Sonho em ser um jogador profissional. Eu viso muito pelo lado universitário. A liga universitária é uma liga muito vista. Quero jogar numa liga universitária e, de lá, abrir portas”, comentou Neris.

Desafio da Ilha

Enquanto não chega a hora do trio do São Luís Sharks se apresentar ao Florida Falcons, nos Estados Unidos, Giovanni, Gabriel e Sidão se preparam para o Desafio da Ilha, uma espécie de “Super Bowl” em São Luís no próximo dia 8 de janeiro, no Campo do Sesi Araçagi. O Desafio da Ilha não tem a pretensão de se equiparar à final do campeonato norte-americano de futebol americano, mas sim de apresentar a modalidade ao público local com atrações dentro e fora do campo.

A atração principal do Desafio da Ilha será a partida entre o São Luís Sharks, atual campeão maranhense de futebol americano, e o Remo Lions, do Pará. Além do jogo, o evento contará com outras atrações: food trucks, chopp artesanal, narração, show do intervalo com Rassui e Banda e o amistoso de flag football (futebol americano sem contato).

Os ingressos para o Desafio da Ilha de Futebol Americano já estão à venda na Overcoming, na Lagoa da Jansen. O valor de cada ingresso é de R$ 10. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (98) 98893-1425.

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