SÃO LUÍS – Superação. Uma palavra que pode definir a conquista do maranhense Domingos Freire. No último sábado (19), o atleta esteve na cidade de Santo André (SP) para lutar contra todos os seus adversários: rivais do tatame, falta de apoio e, até, a deficiência. Judoca há três anos, Domingos, de 33 anos, é cego. Ao nascer, o maranhense tinha parte da visão. Com o passar dos anos, a perdeu quase por completo. Mesmo sem enxergar, Domingos tornou-se um vencedor na vida e no esporte. Hoje, pode vangloriar-se: é vice-campeão da categoria Meio-Pesado (até 90kg), do Gran Prix Infraero de Judô para Cegos – 1ª etapa, competição realizada na cidade paulista no fim de semana passado.

Esta conquista nacional não foi a primeira deste maranhense. Em 2012 e 2013, Domingos já havia sido medalha de bronze nesta mesma competição. Apesar dos excelentes resultados no Gran Prix, a participação do judoca em torneios nacionais sempre é muito complicada. Falta apoio para tudo.

“Sinto uma emoção subir ao pódio e indignação porque não temos apoio. Para você ter ideia, viajei [para Santo André] sem técnico por não tive apoio”, comentou Domingos Freire ao Imirante Esporte.

Mas resultados como estes conquistados por Domingos Freire não poderiam marcar o surgimento de patrocínios? Para o judoca, o problema é que as conquistas dos atletas maranhenses sempre “caem no esquecimento”.

“Acho que agora, por conta da mídia, tudo bem de apoio, mas depois cai no esquecimento. Após minhas conquistas nos anos anteriores, ninguém me procurou para ajudar. A gente lá no Cedemac (Centro Desportivo Maranhense de Cegos) faz o que pode. Eu me sinto feliz por mais esta conquista, mas indignado. Mas é bola para frente”, finalizou.

O Gran Prix Infraero de Judô para Cegos – 1ª etapa reuniu 149 atletas de 30 associações de todo o país. Na categoria Meio-Pesado, que é a do maranhense Domingos Freire, o campeão foi o paulista Cícero Damiano.

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