Handebol

Jogadora Ana Paula comenta título inédito da Seleção Brasileira

Para ela, evolução do trabalho feito desde 2009 levou a equipe à medalha de ouro.

Maurício Araya / <b>Imirante.com</b>

Atualizada em 27/03/2022 às 11h59

SÃO LUÍS – No último domingo (22), a Seleção Brasileira feminina de handebol conquistou um título inédito: o Campeonato Mundial da modalidade, superando a pressão imposta pelo time e pela torcida anfitriã do torneio, Sérvia. Um dos destaques da equipe brasileira é a jogadora maranhense Ana Paula, que foi recebida, na tarde de terça-feira (23), por amigos e torcedores no aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís.

Nesta quinta-feira (26), Ana Paula comentou a conquista em conversa com a reportagem do portal ImiranteEsporte.com. Ela acredita que a vitória por 22 a 20 só foi possível por um trabalho de continuidade, iniciado em 2009, quando o time ficou em 15º lugar na competição. Em 2011, a Seleção Brasileira de handebol conseguiu ficar em 5º lugar. Neste ano, enfim, as meninas do handebol conquistaram a medalha de ouro. "A gente vem trabalhando, desde 2009, com o mesmo grupo, juntas, tanto que, de 2009 para cá, a gente teve uma evolução muito grande. Eu acho que a continuidade do trabalho foi muito importante para a gente chegar aonde chegou", explica a atleta – ouça a entrevista na íntegra.

Sobre a animada recepção da última terça-feira, que contou até com samba, Ana Paula agradeceu o apoio dos amigos e fãs da carreira da atleta. "Eu sempre falo que o pessoal do meu bairro, da Liberdade, é incrível, porque todas as vezes que eu chego, com medalha ou sem medalha, está todo mundo lá, fazendo festa, brincando, pulando para me receber, e é uma sensação única de ver o quanto as pessoas torcem por mim", diz.

Incentivo

Apesar de ser uma modalidade forte em competições entre estudantes no Maranhão, como os Jogos Escolares Maranhenses (JEMs), o handebol sofre pela falta de incentivo, lamenta Ana Paula. Segundo ela, muitos talentos são perdidos no Estado pela falta de investimentos e de condições de trabalho para atletas profissionais.

No exterior desde 2007, Ana Paula sustenta que alguns jogadores acabam optando por uma carreira fora do país para lograr uma trajetória de sucesso na modalidade. "Infelizmente, os atletas não têm muitas perspectivas, porque jogam até quando estão na escola. Depois, eles têm que fazer igual eu fiz: pegar as coisas e ter que ir embora para conseguir algo, para conseguir jogar handebol profissional ou chegar à Seleção Brasileira", afirma.

Olimpíada

Sobre as expectativas para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, Ana Paula diz que não expectativas e quer "manter os pés no chão". "Eu sempre falo que a gente tem que dar um passo de cada vez. Eu sei que essa conquista vai passar. Foi um mundial, a gente já ganhou e eu acredito que a gente não vai chegar em 2016 sendo campeãs da Olimpíada. A gente tem que trabalhar para isso", defende a jogadora.

Mesmo já tendo disputado duas olimpíadas – de 2008, em Pequim, e de 2012, em Londres –, Ana Paula não acredita no clima de "já ganhou". "Não adianta ficar pensando lá na frente, sendo que ‘lá na frente’, ainda, não chegou. Vamos dar um passo de cada vez", completa.

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