Ministério da Justiça

Rio 2016 garante: crises política e econômica não afetarão segurança dos Jogos

Segundo secretário, planejamento começou há muito tempo e está consolidado.

Akemi Nitahara/Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h33
O grupo de trabalho mapeou nove cenários de risco para a segurança durante os jogos e preparou táticas para enfrentar cada possibilidade.
O grupo de trabalho mapeou nove cenários de risco para a segurança durante os jogos e preparou táticas para enfrentar cada possibilidade. (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)

RIO DE JANEIRO - O planejamento para a segurança dos Jogos Olímpicos Rio 2016 não será afetado nem pela crise política que atinge o país no momento, que pode levar eventualmente a uma mudança no governo federal, nem pela crise econômica por que passa o estado do Rio de Janeiro, que vem atrasando o pagamento dos servidores desde o fim do ano passado.

A garantia foi dada, nesta sexta-feira (15), no encontro com jornalistas promovido pela Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016 (Coesrio). De acordo com o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, Andrei Rodrigues, o planejamento começou a ser feito há muito tempo e está consolidado e resguardado de qualquer mudança política.

“O Brasil amadureceu muito na construção de planos de segurança para grandes eventos, realizou a Copa do Mundo, a Copa das Confederações, a Jornada Mundial da Juventude, a Rio+20, enfim. Isso trouxe esse amadurecimento do processo. E são planos constituídos e construídos por instituições perenes que irão também aplicar esse plano, executar esse planejamento operacional. Então, não há nenhuma interferência à segurança dos jogos nesse plano, qualquer cenário que seja”.

O subsecretário extraordinário de Grandes Eventos da Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro (Seseg), Roberto Alzir, afirma que o governo está fazendo todos os esforços possíveis para regularizar os pagamentos. Mas que pode recorrer a outras fontes, se for necessário, inclusive pedir ajuda federal.

“Tenho certeza absoluta que o governo do estado vai envidar todos os esforços para chegarmos aos Jogos Olímpicos com essa questão dirimida principalmente na área de segurança pública. Diversas articulações estão sendo feitas, no âmbito do próprio estado, junto ao governo federal, e temos a confiança de que chegaremos lá com essa questão resolvida. Todas as hipóteses são possíveis, desde que amparadas pela legislação em vigor”.

Planejamento

Na apresentação, Rodrigues explicou que o Plano Estratégico foi finalizado no ano passado e em outubro já estava pronto o Plano Tático, onde são detalhados os elementos do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC). Na semana passada foi entregue o Plano Operacional, que traz o funcionamento completo e que papel cabe a cada instituição que integra a operação.

O SICC é composto pelo Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), que fica em Brasília e tem a assessoria do Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI) e do Centro Internacional Antiterrorismo (CIANT). Abaixo deles, no âmbito dos Estados, ficam os centros integrados de Comando e Controle (CICCs) dos Estados. Além do Rio de Janeiro, os centros foram construídos também nos Estados que receberão partidas de futebol das olimpíadas: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo.

No Rio, haverá também quatro CICCs setoriais, um para cada local de competição: Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã. E cada um deles vai comandar os centros de controle de cada local de competição. O trabalho do SICC começa no dia 25 de abril, dentro do protocolo tático para a segurança da tocha olímpica, que começa a percorrer mais de 300 cidades no país no dia 3 de maio.

O grupo de trabalho mapeou nove cenários de risco para a segurança durante os jogos e preparou táticas para enfrentar cada possibilidade: ações terroristas ou de sabotagem, ações violentas em manifestações sociais, criminalidade e violência urbana, comprometimento do sistema de mobilidade urbana, comprometimento da saúde coletiva, comprometimento dos serviços essenciais, ataques cibernéticos, fenômenos naturais e incidentes e catástrofes.

Segundo Rodrigues, a questão do terrorismo já vem sendo tratada pela Polícia Federal há mais de 20 anos e o planejamento não foi alterado depois dos ataques em Paris, em novembro do ano passado, ao aeroporto de Bruxelas em março ou à divulgação, pela Abin, de que terroristas do Estado Islâmico teriam o Brasil como alvo.

“O Brasil já vem dando mostras da sua capacidade de articulação e está adotando todas as melhores práticas possíveis no enfrentamento ao terrorismo. Tem a cooperação internacional, no sistema Interpol, com 190 países. Tem unidades da Polícia Federal em 20 países no exterior, diariamente trazendo informações. Tem o programa de observadores que nós constituímos numa parceria com o estado e o município, com o envio de quase uma centena de policiais para os principais eventos internacionais, trazendo também as experiências para cá. Tem na capacitação, nos cursos que fizemos, nos investimentos, na preparação do nosso profissional, a melhor prática possível para o enfrentamento ao terrorismo”.

Quanto à cooperação internacional para os jogos, ele esclarece que o país vai receber policiais de 55 países no CICCN e outros 25 no CIANT, além de, pelo menos, quatro policiais de cada país participante dos jogos que acompanharão as delegações nacionais no Rio de Janeiro. Das forças brasileiras, serão 47 mil profissionais de várias instituições de segurança pública atuando na cidade, além de 38 mil das forças armadas, sendo 20 mil para o Rio de Janeiro e 18 mil nos outros Estados.

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