Futebol

Marco Polo Del Nero propõe aumentar poder dos clubes

O presidente da CBF negou qualquer possibilidade de renúncia ao cargo.

Gazeta Esportiva

Atualizada em 27/03/2022 às 11h42
(Rafael Ribeiro / CBF)

RIO DE JANEIRO - Em meio à agitação política nos bastidores do mundo da bola, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero, se reuniu com dirigentes de equipes nesta segunda-feira. Durante o encontro, o mandatário da entidade rechaçou a possibilidade de renunciar ao cargo, como foi pedido pelo movimento Bom Senso FC, e declarou que dará maior poder aos clubes com reforma no estatuto da CBF.

A prisão do ex-presidente da entidade, José Maria Marin, no recém-deflagrado escândalo de corrupção na Fifa, pouco foi tocada na reunião, que durou cerca de cinco horas. Pelo contrário, Del Nero negou qualquer possibilidade de renúncia ao cargo de mandatário da CBF por "não ter motivos" para tal.

Com a presença de representantes de 19 das 20 equipes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro, exceto o Corinthians, o presidente da CBF agradou aos clubes na reunião. Segundo ele, entre as mudanças estatutárias que pretende realizar na Confederação estão o aumento de influência dos times em decisões como a definição do calendário de cada temporada e fórmula de disputa dos campeonatos.

Tal alteração se daria através da retirada do poder de veto da CBF às sugestões apresentadas pelo conselho técnico, formado pelos clubes, deixando o caminho livre para que eles tenham maior poder de decisão a respeito das competições. Outra mudança pretendida por Del Nero é limitar a apenas uma o número de reeleições do presidente da entidade máxima do futebol brasileiro, com mandato de quatro anos.

O anúncio da proposta de aumentar o poder de decisão dos clubes arrefeceu as iniciativas pela criação de uma liga alternativa entre os clubes, tanto que a possibilidade só foi aventada na reunião pelo presidente do Atlético-PR, Mário Celso Petraglia, e não ganhou força.

As possíveis mudanças no estatuto, entretanto, serão confirmadas ou vetadas nesta quinta-feira, quando uma Assembleia Geral, contando com dirigentes das federações filiadas à CBF, se reunirá para discutir estas e outras questões relativas ao futebol brasileiro.

Outro assunto que entrou em pauta na reunião foi a Medida Provisória 671, a chamada MP do Futebol, que, entre outras disposições, determina que os clubes gastem no máximo 70% de seu orçamento com a modalidade e sejam punidos com rigor por atrasos salariais e outras irregularidades financeiras.

Em nota oficial, a CBF incluiu o pedido de mudanças no texto original da MP como um dos principais pontos abordados no encontro desta segunda, além da criação da Comissão Nacional Permanente dos Clubes Brasileiros, reforçando ainda mais a proposta de aumentar o poder das equipes no futebol nacional.

Confira as "cinco decisões fundamentais" destacadas pela CBF em nota sobre a reunião:

"1) Reforçar a unidade em torno do futebol brasileiro, reconhecendo a necessidade de modernização e independência;

2) Criação da Comissão Nacional Permanente dos Clubes Brasileiros, com fortalecimento e autonomia do Conselho Técnico, que poderá tomar decisões sem direito a veto da CBF;

3) Posição contrária ao relatório sobre a MP 671 apresentado pelo deputado federal Otávio Leite, com apresentação de proposta alternativa;

4) Divulgação massiva das medidas transformadoras do futebol brasileiro em andamento, com agenda positiva das ações;

5) Abertura da CBF aos clubes para apresentação de novas mudanças estatutárias."

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