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Produção de grãos deve chegar a 210,3 milhões de toneladas

O volume representa 1,3%, ou 2,6 milhões de toneladas a mais do que a safra anterior, que foi de 207,7 milhões.

Andreia Verdélio / Agência Brasil

Atualizada em 27/03/2022 às 11h34
(Foto: Reprodução / Internet)

BRASÍLIA - A produção brasileira de grãos deve chegar a 210,3 milhões de toneladas na safra 2015/2016. O volume representa 1,3%, ou 2,6 milhões de toneladas a mais do que a safra anterior, que foi de 207,7 milhões. As estimativas estão no sexto levantamento da safra divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Para a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, não deve haver um aumento significativo na produção em relação ao que está sendo anunciado hoje. “O que chama a atenção positivamente é que, comparando esse sexto anúncio, nos anos passado e retrasado nós tivemos uma queda no sexto anúncio por causa da seca. Nesse de 2016 já estamos vendo uma melhora no clima, com exceção do Nordeste que nos preocupa bastante. Mas, no restante do país estamos tendo uma surpresa positiva”, disse.

A área plantada em todo o país cresceu 1% em relação à safra 2014/2015 e deve alcançar 58,5 milhões de hectares. A safra passada chegou a 57,9 milhões de hectares plantados.

O principal destaque é a soja, que deverá atingir 101,2 milhões de toneladas, 5 milhões a mais que na safra anterior. O aumento da produção é resultado de ganhos de área plantada de 3,6% e de produtividade de 1,5%. A soja é responsável por mais de 56% da área cultivada do país.

A pesquisa do sexto levantamento foi feita entre os dias 21 e 27 de fevereiro. O boletim completo do acompanhamento da safra de grãos está disponível na página da Conab na internet.

Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar, houve um crescimento total de 19% no custeio agrícola nesta safra, com liberação de R$ 57,9 bilhões em crédito. “É uma safra um pouco mais cara porque ela foi produzida com uma taxa de câmbio mais alta. Foi, conforme esperávamos, para poder financiar esse crescimento na produção que estamos vendo”, explicou.

Regulamentação do ICMS

Para a ministra Kátia Abreu, o Brasil precisa melhorar a agregação de valor da soja para exportação. “O Brasil exporta tanto em grão e não exporta óleo e farelo como gostaríamos”, disse, explicando que a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos estados para o produto industrializado é o componente que mais atrapalha essa comercialização.

“Essa variação do ICMS no Brasil atrapalha e muito, pois tributa a soja quando ela é processada e tem que ser transportada de um estado para outro. E ninguém quer comprar imposto”, disse ela.

O projeto de reforma do ICMS (Projeto de Resolução do Senado 1/2013) está em pauta desde 2013 e, segundo Kátia Abreu, atrelado a outro projeto que visa a compensar as possíveis perdas dos estados com a redução da alíquota do imposto, que é o projeto de regulamentação da Lei 12.354/2016, que trata da distribuição de recursos internacionais repatriados.

“O ICMS não vai favorecer só os produtos do agronegócio. Esperamos que o Congresso possa compreender como isso tem travado o país e entendemos a preocupação de cada governador com relação às questões financeiras”

Ganho nas exportações

A secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, Tatiana Palermo, lembrou que houve um aumento de quase 37% nas exportações em fevereiro deste ano em relação a fevereiro de 2015 - um total de US$ 6,7 bilhões em produtos agropecuários, um recorde em valor. “O desempenho do agronegócio nas exportações foi extraordinário. Estamos respondendo em fevereiro por mais da metade [56%] do total exportado pelo país”, afirmou.

Segundo ela, entre as razões estão o desempenho mais fraco no ano passado, o câmbio mais favorável e a abertura de mercados de carnes, lácteos e frutas. “Com destaque para a carne bovina, cujas exportações voltaram a crescer em valor, com um aumento de mais de 10%”.

A China segue como o maior comprador. “A média do preço exportado para a China é maior que em outros mercados. Ela comprou US$ 1 bilhão em produtos agropecuários, com destaques para a soja em grão, e, em relação a fevereiro do ano passado, a China quase dobrou as importações do Brasil”.

IBGE-Conab

O governo divulga duas estatísticas distintas sobre a produção brasileira de grãos. Uma é o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e outro é o Levantamento da Safra de Grãos, feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os dados, embora com resultados muito próximos ou convergentes, refletem as diferenças das metodologias adotadas pelas duas instituições. As diferenças também têm a ver com critérios para a amostragem e com a época em que se faz o levantamento.

O IBGE trabalha com anos civis, enquanto o Ministério da Agricultura e a Conab pesquisam o ano-safra. O IBGE também inclui nos levantamentos culturas que não integram as pesquisas da Conab.

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