Nova tratamento

Medicamentos para hepatite C chegam ao SUS este ano

Nova terapia que aumenta as chances de cura.

Agência Saúde

Atualizada em 27/03/2022 às 11h41
(Foto: Reprodução)

BRASÍLIA - Uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. Composto pelos medicamentos daclatasvir, simeprevir e sofosbuvir, o novo tratamento vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante solenidade que marca o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites, celebrado amanhã (28), em Brasília.

Na cerimônia, foi apresentada a nova campanha publicitária de prevenção às Hepatites Virais 2015 e o novo boletim epidemiológico da doença. Também foi lançado o novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções. “Estamos incorporando no SUS o que tem de mais moderno no tratamento para a hepatite C. Com isso, o Brasil assume a vanguarda na oferta desta terapia, como já fizemos com a aids, com a oferta de antirretrovirais, afirmou Arthur Chioro durante a solenidade.

O ministro ressaltou que o Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento ofertar, de forma pública e sustentável, este tipo de tratamento. “Isso se deu graças aos esforços de negociação que possibilitaram descontos de até 90% no mercado internacional”, frisou Chioro.

As novas medicações vão beneficiar pacientes que não podiam receber os tratamentos ofertados anteriormente, entre eles os portadores de coinfecção com o HIV, cirrose descompensada, pré e pós-transplante e pacientes com má resposta à terapia com Interferon, ou que não se curaram com tratamento anterior. A meta é ampliar a assistência às hepatites virais, minimizando as restrições impostas pelo tratamento anterior. A nova terapia garante ao paciente mais conforto e qualidade.

Pacientes que venham a solicitar, ou que já estejam em tratamento com Boceprevir e Telaprevir, não serão prejudicados, uma vez que o fornecimento desta medicação será assegurado até o final do tratamento. O documento também padroniza uma rotina de exames e de consultas médicas, permitindo maior conhecimento por parte dos profissionais de saúde, do agravo e da assistência necessária aos pacientes.

O diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, destacou que a grande vantagem do novo protocolo é a ampliação do acesso do ao tratamento de hepatite C crônica.

Para a compra dos medicamentos, apenas neste ano, a previsão é de que sejam investidos até R$ 500 milhões. O Ministério da Saúde conseguiu negociar os preços dos medicamentos com as indústrias farmacêuticas, com descontos de mais de 90% em relação aos preços de mercado. Além do novo tratamento, o Protocolo apresenta também as novas diretrizes para o monitoramento da hepatite C. O Brasil é um dos primeiros países em desenvolvimento a incorporar esse novo tratamento.

Focada no incentivo ao diagnóstico e ao tratamento, a campanha traz mensagens com alertas a população. Uma delas, direcionada à população a partir dos 40 anos, incentiva a testagem: “Se você fez cirurgia antes de 1993, precisa fazer o teste para hepatite C. O teste é o primeiro passo para a cura”.

Nesse público entram pessoas que sofreram acidentes nessa época (antes de 1993) e precisaram de transplantes, transfusão de sangue ou que se expuseram a algum tipo de contato com sangue (por meio de compartilhamento de seringas, objetos cortantes). Outro foco da campanha é a hepatite tipo B, com jovens adultos como público-alvo.

Hepatite C

O SUS garante o acesso aos medicamentos de combate à doença para todos os pacientes diagnosticados e com indicação de tratamento medicamentoso. Vale ressaltar, que nem todas as pessoas que contraíram o vírus precisam ser medicadas, sendo uma recomendação estabelecida por protocolo e avaliação médica.

Em 13 anos de assistência à doença no SUS, foram notificados e confirmados 120 mil casos, e realizados mais de 100 mil tratamentos. Atualmente, são 10 mil casos notificados ao ano. Estima-se que a tipo C seja a responsável por 350 e 700 mil mortes por ano no mundo. No Brasil, são registrados cerca de três mil mortes por associadas à hepatite C. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registra 8.040 novos casos de câncer de fígado ao ano. A doença é responsável de 31% a 50% dos transplantes em adultos.

Desde 2011, o país também distribui testes rápidos para a hepatite C. Naquele ano, foram distribuídos 15 mil testes, já em 2014 o número saltou para 1,4 milhão de testes. Este ano, está prevista uma compra de 8,6 milhões de testes a serem distribuídos nos próximos anos.

Sem diagnóstico até 1993, a hepatite C, como a hepatite B, também é uma doença de poucos sintomas. Outras formas de transmissão são o compartilhamento de objetos de uso pessoal e para uso de drogas. A transmissão sexual ainda é um tema muito debatido por pesquisadores de todo o mundo, estando presente nas populações de jovens; homens que fazem sexo com outros homens, trans e travestis.

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