Dica de saúde

Linfoma: pacientes demoram até seis meses para começar tratamento

No Brasil, existe uma carência de patologistas especializados no diagnóstico.

Divulgação/Assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h47
(Foto: Reprodução/Internet)

SÃO LUÍS - Em todo o mundo, o tratamento do câncer está evoluindo para condutas terapêuticas cada vez mais personalizadas. Atualmente, após o diagnóstico da doença é possível realizar exames específicos para identificar o tipo de tumor de cada paciente e, a partir daí, o médico pode indicar o tratamento mais apropriado. No caso do linfoma de Hodgkin, que geralmente acomete adolescentes e adultos jovens, embora as chances de cura sejam altas, a expectativa de sobrevida pode reduzir drasticamente para os indivíduos que não respondem às terapias convencionais, o que traz um impacto emocional enorme para os pacientes, seus familiares e amigos.

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale) mostrou que 68% dos pacientes procuraram o médico menos de um mês após identificar os primeiros sintomas, porém o tratamento demorou mais de 6 meses para ser iniciado em 42% dos casos. Quando se lida com uma doença rara e grave como o linfoma, cada dia de tratamento faz muita diferença.

Além disso, segundo o hematologista Otávio Baiocchi, com o aumento do número das terapias personalizadas, cada vez mais torna-se preponderante o papel do patologista para definir o tipo correto e fazer com que paciente receba o tratamento mais adequado. “O diagnóstico de linfoma e a definição correta dos seus subtipos não é fácil, e cabe ao patologista esta tarefa. No Brasil, existe uma carência muito grande de patologistas especializados no diagnóstico de linfomas”, alerta Baiocchi.

Iniciativas para garantir que os serviços de saúde tenham patologistas treinados e em número suficiente para fazer essa análise de modo rápido e assertivo estão sendo desenvolvidas em todo o Brasil. Uma delas é o HEMO.Educa Linfomas, programa de educação e desenvolvimento continuado à distância criado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH). Voltado para hematologistas, hemato-patologistas, residentes de hematologia e profissionais da saúde envolvidos no tratamento de doenças hematológicas, seu objetivo é possibilitar treinamento aos participantes por meio de acesso a conteúdos científicos e aulas pela internet. Criado em 2013, o programa já formou mais de 445 profissionais.

Tipos de Linfoma

Linfoma Não-Hodgkin (LNH): neoplasia do sistema linfático na qual as células brancas do sangue, responsáveis pelas defesas do organismo, começam a se modificar e multiplicar sem controle, formando tumores. Pode ser indolente (de crescimento lento), agressivo (de crescimento rápido) ou possuir características de ambos os tipos. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de 9.790 novos casos de LNH no Brasil em 2014.

Linfoma de Hodgkin (LH): câncer raro e altamente curável do sistema linfático, mais comumente observado em adolescentes e adultos jovens. A doença surge quando um linfócito se transforma em uma célula maligna, capaz de crescer descontroladamente e multiplicar-se pelo organismo. A cada ano, mais de 62.000 casos de LH são diagnosticados no mundo – aproximadamente 4.000 novos casos no Brasil* –, 60% dos quais em homens e 40% em mulheres.

Linfoma Anaplásico de Grandes Células (LAGC): Subtipo de linfoma não-hodgkin, muito raro e agressivo que acomete principalmente os nódulos linfáticos. Existem dois tipos diferentes de LACG, o cutâneo primário e o sistêmico.

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