BRASÍLIA - Por determinação da ministra Eliana Calmon, todos os presos na Operação Navalha deverão ser levados a Brasília. Calmon também determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens imóveis dos integrantes do esquema.
A organização criminosa que desviava recursos federais de obras públicas é o alvo da Operação Navalha, iniciada hoje (17) pela Polícia Federal (PF) em dez estados e no Distrito Federal.
A assessoria da PF informou que as investigações sobre a atuação do grupo começaram em novembro de 2006. Entre os envolvidos estão diversas autoridades, além de funcionários e intermediários da empresa Gautama, de Salvador.
Segundo a PF, essa empresa operava uma organização criminosa infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais. Os estados onde os mandados estão sendo cumpridos são Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo, além do DF.
O objetivo do grupo era lucrar com a execução de obras públicas, organizada e estruturada para a prática de crimes como fraudes em licitações, corrupção passiva e ativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, a organização criminosa desviou recursos dos Ministérios de Minas e Energia; do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Integração Nacional; das Cidades; e do Departamento Nacional Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Nos estados, foram constatadas fraudes em Alagoas, Maranhão, Sergipe, Piauí e no DF. Na esfera municipal estavam envolvidas autoridades dos municípios de Camaçari (BA) e Sinop (MT).
O grupo era organizado em três níveis, informou a PF. No primeiro, atuavam pessoas diretamente ligadas à construtora Gautama. No segundo, estavam os auxiliares e intermediários, principalmente os responsáveis pelo pagamento das propinas e no último, autoridades públicas que tinham a função de remover obstáculos à atuação da organização criminosa.
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